São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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Efraim utilizou 52 servidores do Senado como cabos eleitorais

Ex-primeiro-secretário diz que parecer da CCJ permite que funcionários lotados nos gabinetes trabalhem nos Estados

Segundo a revista "Veja", 37 dos 52 servidores eram lotados na secretaria da Mesa e deveriam trabalhar na estrutura do Senado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

À frente da primeira-secretaria do Senado, Efraim Morais (DEM-PB) mantinha 52 funcionários que atuavam, na verdade, como seus cabos eleitorais na Paraíba. Eles eram contratados para trabalhar no Congresso, exercendo funções internas, mas tocavam assuntos de interesse exclusivo do congressista e de seus aliados.
A afirmação é da revista "Veja", que publicou que só em salários os funcionários custaram aos cofres públicos R$ 6,7 milhões ao longo dos quatro anos em que o senador ocupou a primeira-secretaria.
Dalva Ferreira dos Santos, por exemplo, que também é a primeira-dama de Brejo dos Santos, na Paraíba, era funcionária da secretaria e, segundo a revista, recebia R$ 2.313 por mês, apesar de nunca ter ido a Brasília. Seu marido, Lauri da Costa, além de prefeito, é advogado de Efraim, diz a "Veja".
O senador é conhecido por ter nomeado parentes para cargos de confiança. Os familiares só foram afastados em 2008, com a proibição do nepotismo.
Efraim diz na reportagem estar amparado por um parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que permite que funcionários lotados nos gabinetes trabalhem nos Estados. Mas, segundo a revista, dos 52 fantasmas de Efraim, 37 eram lotados na primeira-secretaria, e não no gabinete pessoal do senador, e deveriam, portanto, trabalhar na estrutura administrativa da Casa.
O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), diz que é preciso dar o direito ao colega se explicar, mas fala da necessidade de regulamentação para casos de funcionários que trabalham nos Estados.
A revista também afirma que, há cerca de três anos, Efraim trocou a casa simples que possuía na praia de Camboinha por outra construída em dois terrenos com quase 500 m2, além de ter comprado uma cobertura em João Pessoa, com quatro suítes e piscina. O senador diz que tudo o que tem está declarado.


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