São Paulo, sábado, 17 de junho de 2000


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Presidente fala em solidariedade

DO ENVIADO A CARTAGENA

O presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem a "solidariedade democrática" entre os países da América Latina para que a região consiga estabilidade e avanços políticos, econômicos e sociais.
Falando para outros 18 países participantes da cúpula do Grupo do Rio, na Colômbia, FHC afirmou que a democracia "é questão urgente e prioritária" na região.
De acordo com FHC, "solidariedade democrática significa que não se pode aceitar ou conviver com retrocessos, com rupturas da institucionalidade democrática, além de um trabalho cotidiano, que é de todos os países, de aperfeiçoamento e fortalecimento das instituições que tornam possível o Estado de Direito".
A busca do aperfeiçoamento e do aprofundamento da democracia foi um dos três temas centrais da 14ª reunião de cúpula do Grupo do Rio, encerrada ontem.
Coube ao presidente brasileiro dar o tom dessa discussão, que ocupou boa parte da manhã.
"Todos os desafios mais prementes que temos a enfrentar passam necessariamente pela democracia: o da justiça social, o da distribuição da renda, o da erradicação da miséria, o do combate ao narcotráfico e o do meio ambiente", disse FHC.
Num recado indireto ao colega peruano Alberto Fujimori, que teve sua re-reeleição contestada por vários setores da comunidade internacional, FHC afirmou que o aperfeiçoamento democrático "é uma tarefa nacional e intransferível", mas que "as críticas vindas do exterior são ajuda importante nesse sentido".
"Na América Latina de hoje, cada país tem a consciência de que pouco ou nada haveria a ganhar -e muito haveria a perder- no isolamento que decorreria inevitavelmente de uma atitude de impermeabilidade aos sinais recebidos do exterior", disse.
FHC continuou, em tom de advertência, sugerindo que o Peru cumpra sua promessa de reformar as instituições políticas, partidárias e eleitorais, respeitando o desejo dos cidadãos.
"A soberania não pode ser um instrumento para frear o aperfeiçoamento democrático, assim como não pode servir como escudo para a transgressão dos direitos humanos", disse FHC.
O presidente disse que cada vez mais os países latino-americanos estão integrados, política e economicamente, entre si e com outros blocos em todo o mundo.
Citando o historiador Joaquim Nabuco, FHC disse que a solução para os problemas da democracia se encontra dentro de cada país, mas se fortalece pela existência de opinião favorável nos países vizinhos. Para isso, "há necessidade de um trabalho cuidadoso de sintonia fina" entre os dois pontos.


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