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SENADO
CCJ aprecia caso na segunda
Cassação de Estevão deve seguir a plenário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relatório do senador Romeu
Tuma (PFL-SP) sobre a cassação
do seu colega Luiz Estevão
(PMDB-DF), que será apresentado na segunda-feira à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça),
defenderá que o processo siga para o plenário do Senado.
A CCJ analisará os aspectos
constitucionais e jurídicos do
processo, iniciado a partir de uma
representação de sete partidos de
oposição (PT, PDT, PSB, PPS PC
do B, PV e PL) contra Estevão por
quebra de decoro.
A Folha apurou que o relatório
de Tuma dirá que a condução do
processo tem respeitado todos os
preceitos jurídicos e que a representação dos partidos tinha base
legal para ser aceita pelo Senado.
Estevão já foi derrotado no conselho de ética do Senado, que
aprovou o pedido de cassação por
11 votos a 3 e uma abstenção.
Ele é acusado de ter mentido à
CPI do Judiciário, usado o cargo
para obter verbas para a obra superfaturada do Fórum Trabalhista de São Paulo e intimidado funcionários da CPI. Foram desviados R$ 169,5 milhões em recursos
destinados à obra. O Ministério
Público Federal acusa Estevão de
ser o verdadeiro dono da Incal.
Os advogados de Estevão alegam que o pedido dos partidos de
oposição não é válido porque não
foi referendado por uma decisão
dos diretórios de cada legenda.
Eles argumentam também que
o relator do processo no conselho
de ética, senador Jefferson Péres
(PDT-AM), utilizou elementos
que não constam da representação para acusar Estevão e produziu "provas secretas" ao colher
depoimento de funcionários da
CPI que não foram identificados.
O relatório de Tuma deverá
concluir, conforme a Folha apurou, que esses argumentos são insustentáveis, pois a defesa de Estevão sempre teve conhecimento
do relatório de Péres e, durante a
sessão no conselho de ética, apresentou respostas a todos os pontos considerados falhos.
Para ser aprovado na CCJ, o relatório de Tuma terá que ter o voto favorável de pelo menos 12 dos
23 senadores da comissão. A votação no plenário do Senado está
prevista para o final deste mês.
O senador Nabor Júnior
(PMDB-AC) foi acusado ontem
por seu colega Tião Viana (PT-AC) de ter recebido R$ 5 milhões
para votar a favor de Estevão no
conselho de ética do Senado.
Nabor Júnior negou a acusação.
O senador chegou a dizer que
proibiu seu filho, impossibilitado
de pagar as prestações de um carro comprado em uma revendedora de Estevão, de trocar o veículo
por um modelo mais barato.
"Se eu deixasse ele trocar o carro, iriam dizer que o negócio só
foi feito porque eu votei a favor de
Luiz Estevão. Preferi assumir o
pagamento", disse.
Ele voltou a defender o mandato de Estevão na tribuna do Senado e disse que "não sobraria ninguém" se a Casa decidir investigar
irregularidades cometidas pelos
colegas.
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