São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002 |
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PAINEL Chapa branca José Serra iniciou na convenção de sábado uma nova fase de sua campanha. O candidato irá associar-se cada vez mais ao governo FHC, a fim de herdar o voto dos cerca de 30% do eleitorado que aprovam o presidente e a confiança que o tucano tem do mercado internacional. Simbologia do continuísmo A associação entre Serra e o governo, idealizada por Nizan Guanaes, fica clara no slogan de sua campanha: "Quero mais". E no número de promessas, cinco, idêntico à da reeleição de FHC, que utilizava os dedos de uma mão como símbolo em 98. Tapetão brasiliense A turma da oposição ao PMDB de Michel Temer batizou o presidente do TSE, Nelson Jobim -por ter derrubado a liminar que permitiu a convenção-, de Young Joo Bin, alusão ao juiz coreano Young Joo Kim, que ajudou o Brasil na Copa. Adeus tucano O discurso na convenção foi a última participação de Paulo Renato (Educação) na campanha de Serra. O ministro não aceitou colaborar com o programa de governo e nem pretende pedir voto para o candidato. Discurso apocalíptico Lula escolheu um bordão para atacar a candidatura do PSDB. O petista dirá que FHC fez o governo do desemprego, da dívida pública e da insegurança. E que Serra será a continuidade da "catástrofe" desse mandato. Sermão do marketing Pesquisas feitas pelo PT mostram que o desemprego, a violência e a crise econômica são as maiores preocupações da população. Por isso, o petista e Duda Mendonça utilizarão esses pontos para atacar os tucanos. Terceira via Caso não vingue a aliança com o PL do senador José Alencar e Patrus Ananias não aceite o cargo, José Dirceu, também mineiro, pode ser o vice de Lula. Risco eleitoral Lideranças do PMDB procuraram FHC preocupados com a estratégia de "satanizar" Lula e divulgar a idéia de que uma gestão petista traria o "caos". Eles acham que o tiro pode sair pela culatra, pois os eleitores podem associar a crise ao governo e deixar de votar no tucano. Promessa blindada José Serra escalou a juíza aposentada Denise Frossard, o secretário de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, e o general Alberto Cardoso (Segurança Institucional) para produzirem um plano de segurança pública para sua campanha. Hora do espanto Serra considera o apoio de Itamar a Lula a maior surpresa da campanha. Estava certo de que teria o apoio do ex-presidente. Quem se habilita? Eduardo Azeredo afirmou ao PSDB na convenção de sábado que não aceita disputar o governo de Minas. Quer apenas o Senado. O problema é que Aécio Neves também não encara a candidatura a governador. Simpatia de resultado Garotinho (PSB) pretende amenizar o discurso. Avalia que é antipático o tom ácido das últimas declarações. Quer mostrar-se mais otimista e propositivo. Curiosidade externa Emissários de bancos estrangeiros estão procurando a coordenação da campanha de Ciro Gomes para conhecer suas propostas econômicas. Estética facial Osmar Dias (PDT-PR) tem dez pontos a mais entre os homens do que entre as mulheres nas pesquisas para a reeleição ao Senado. Para ele, a explicação é a barba: "Lula também tem o mesmo problema". Mesmo assim, o senador diz que não se barbeará até a eleição. TIROTEIO Do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), sobre Aécio Neves ter dito no início do ano que iria "puxar o freio" da Câmara ao cortar o ponto dos deputados que faltassem às votações: - O Aécio puxou o freio, colocou o carro na garagem, tirou a gasolina e furou os pneus. Por isso a Câmara não vota nada há mais de um mês. CONTRAPONTO Pequenas alegrias
Na convenção do PMDB, anteontem em Brasília, a cúpula do
partido colocou em votação
duas teses: coligação com o
PSDB, com a deputada Rita Camata (ES) como vice, e a candidatura própria do senador Roberto Requião (PR). A primeira
venceu com larga vantagem. |
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