São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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Dados oficiais são contestados

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Para atingir suas metas de reforma agrária nos anos de 2000 e 2001, o Ministério do Desenvolvimento Agrário considerou como assentadas pelo programa Banco da Terra famílias que nem sequer haviam tido acesso ao financiamento bancário para aquisição da propriedade rural.
De acordo com o relatório da auditoria especial feita no mês passado pelo ministério, ao qual a Folha teve acesso, apenas 25.771 famílias de trabalhadores rurais receberam os financiamentos para a compra de terrenos, entre outubro de 1999 e dezembro de 2001, contra as 40 mil (número redondo) anunciadas como assentadas em 1º de fevereiro passado. A diferença é de 35%.
A fim de cumprir suas metas, o ministério incluiu 20 mil famílias do Banco da Terra no balanço de 2000 e outras 20 mil no de 2001, ao anunciar que havia assentado, respectivamente, 108.996 e 102.449 famílias. O programa do banco foi criado em 1999 para financiar pequenos agricultores na compra de imóveis rurais.
Para alcançar a meta, o ministério utilizou 5.743 famílias cujas cartas-consulta ainda estavam sob análise nas agências bancárias. Ou seja, nem sequer haviam recebido o sinal verde da instituição financeira para saber se poderiam ter acesso ao dinheiro.
Além disso, de acordo com a auditoria, a pasta incluiu no balanço outras 6.474 famílias cujas cartas-consulta já haviam sido aprovadas, mas cujos financiamentos permaneciam não disponíveis até abril deste ano. Somente 25.771 famílias tiveram suas cartas aprovadas e o dinheiro liberado.
Somando-se todas as categorias citadas pela auditoria, o número de famílias atendidas chega a 37.988 -quantidade ainda 5% inferior à apresentada em fevereiro. (EDS E RV)



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