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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Bancada leva hoje chapa pró-Kassab a tucanos
Dez vereadores apresentam proposta contra a candidatura Geraldo Alckmin
Presidente municipal do partido, José Henrique Reis Lobo, negou ontem legenda aos vereadores que apóiam a manutenção de aliança
CATIA SEABRA
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob forte pressão -que inclui a ameaça de perda da legenda-, 10 dos 12 vereadores
do PSDB decidiram apresentar
hoje chapa de oposição à candidatura de Geraldo Alckmin
(PSDB) à prefeitura. Ontem
mesmo, a Executiva Municipal
do partido fixou as regras para
o caso de disputa na convenção
de domingo, com dez fiscais e
dois apuradores de cada lado.
Mas, ainda assim, o comando
estadual do PSDB faz, na manhã de hoje, uma última tentativa para demovê-los da briga.
Pela estratégia, traçada pelos
vereadores ontem num almoço, a bancada terá que protocolar lista com assinatura de 20%
dos convencionais do partido.
Só assim poderão submeter
seus nomes à convenção para
as próximas eleições. É que, em
mais um lance da disputa interna do PSDB, o presidente municipal do partido, José Henrique Reis Lobo, negou ontem legenda aos vereadores que
apóiam o prefeito Gilberto
Kassab (DEM). Lobo condicionou a vaga dos vereadores ao
apoio à candidatura Alckmin.
Para autorizar a inscrição de
seu nome na chapa do partido,
os vereadores teriam de assinar
documento de apoio a Alckmin.
"Essa é a chapa oficial da
Executiva do PSDB, com Geraldo Alckmin e 82 candidatos a
vereador. Se a bancada quer
lançar outro candidato à prefeitura, vai ter que pagar o preço",
avisou Lobo. Até ontem, apenas dois vereadores tucanos tinham concordado: Tião Farias
e Gilson Barreto. Os outros dez
se recusaram a assinar.
Como hoje é o prazo final para apresentação de chapas para
a convenção, os vereadores
prometem apresentar duas listas. Uma -com 30% de assinatura dos convencionais do partido- proporia o apoio a Kassab. A outra -com 20%- garantiria espaço aos kassabistas
na chapa para a Câmara.
Pelos cálculos dos vereadores, seriam necessários menos
de 90 votos para a inscrição de
seus nomes na chapa.
"Vamos bater chapa. O Lobo
não pode usar desses expedientes capciosos. Isso é muito feio,
é mal cheiroso", atacou o líder
do PSDB, Gilberto Natalini.
Hesitação
Segundo o vereador Juscelino Gadelha, "a tendência é ir
até o fim". Mas, preocupado
com a pressão, o vereador José
Rolim já demonstra hesitação:
"Temos que ouvir os grandões".
Hoje, os vereadores voltam a
se reunir para discutir sua estratégia. Temendo prejuízos
para o governador José Serra, o
secretário municipal Andrea
Matarazzo também vai procurar os vereadores. "Até 30 minutos antes, tudo é possível",
disse Adolfo Quintas.
Além da pressão da direção
nacional, o presidente estadual
do PSDB, o deputado federal
Mendes Thame, voltou à carga
contra os kassabistas. Numa
reunião na tarde de ontem,
Thame disse que será uma "hecatombe" o enfrentamento dos
dois grupos na convenção.
Presente à reunião da Executiva estadual, o secretário Walter Feldman disse que a decisão
da bancada "é irreversível".
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