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CONGRESSO
Negociações só devem ser retomadas por líderes na semana que vem
Bate-boca adia a votação
da reforma do Judiciário
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A crise provocada pela troca de
acusações entre os presidentes do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), acabou
adiando a votação do projeto de
reforma do Judiciário, prevista para este mês.
Temer, o principal defensor da
votação ainda em junho, afirmou
ontem que o assunto precisa ser
tratado "tecnicamente" e admitiu
dificuldades políticas para chegar
a uma proposta de consenso.
"O momento não é útil para votar porque há muito condimento
político", disse.
Os líderes dos partidos vão retomar na próxima semana as negociações para tentar um acordo em
torno da proposta elaborada pelo
relator, Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP).
"Ainda que Temer e ACM estivessem viajando de mãos dadas,
na primeira classe, tomando
champanhe com os braços entrelaçados, não seria fácil votar esse relatório. Imagine agora", afirmou
Nunes Ferreira.
Temer e ACM viajaram, em vôos
distintos, para Portugal, onde vão
participar do encontro de presidentes dos parlamentos ibero-americanos.
Depois de um dia sem realizar
sessão, a comissão especial da Câmara que analisa a emenda voltou
a discutir a proposta. A discussão
serve para cumprir prazo regimental.
"Não quisemos fazer reunião ontem (anteontem, quando Temer e
ACM trocavam acusações) para
evitar reverberação na comissão e
azedar o clima", afirmou o relator.
"Em clima de Mancha Verde
contra Gaviões da Fiel não dá",
completou o deputado, referindo-se às torcidas organizadas dos times paulistas de futebol Palmeiras
e Corinthians, respectivamente.
A reação contrária à proposta de
extinção da Justiça do Trabalho,
prevista no relatório de Nunes Ferreira, levou Temer a intervir no
projeto do relator com uma nova
proposta de manutenção da estrutura dos tribunais em reunião na
semana passada.
ACM, que apóia Nunes Ferreira,
criticou a atitude do presidente da
Câmara, provocando o bate-boca
entre os dois. ACM e Temer agora
consideram encerrada a discussão.
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