São Paulo, sábado, 17 de julho de 2004

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PAINEL

Lenha na fogueira
No próprio governo, pegou mal a revelação de que o PT misturou arrecadação de campanha e discussão de projetos de Parcerias Público-Privadas com empresários. Argumenta-se que foi dada munição à oposição no Senado, onde o texto de Guido Mantega enfrenta dificuldades.

Mais embaixo
Do senador tucano Tasso Jereissati, à frente das críticas ao texto atual do PPP, sobre a revelação do jornal "Valor": "Descobri que tenho mais razão do que eu pensava. No governo FHC, isso seria um grande escândalo".

Papo cabeça
Por sua vez, José Genoino nega que os comitês de empresários formados pelo PT discutam projetos específicos do PPP. "O que se debate ali é a política geral, a concepção, coisas como agências reguladoras, FMI", afirma o presidente do partido.

Deixa rolar
Do economista tucano José Roberto Afonso, sobre o PPP tal como chegou ao Senado: "Se eu fosse a oposição, votava a favor. Do jeito que está, sem base jurídica sólida, a iniciativa privada não vai colocar um tostão".

Mais reunião
Será o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) o coordenador da grande reunião marcada para discutir, na próxima semana, as questões da criança e do adolescente.

Filho único
Até julho, apenas um programa destinado à infância ultrapassou 50% da execução do Orçamento: o de erradicação do trabalho infantil, que gastou R$ 66 mi de R$ 100 mi previstos.

Bola nas costas
Agora somente elogios a Pelé, recém-recebido no cineminha do Alvorada, Lula, no passado, referia-se de maneira bem diferente ao ex-jogador. Preservava o "rei do futebol", mas não poupava críticas ao "empresário Edson Arantes do Nascimento".

Caixeiro-viajante
O Planalto estuda despachar ministros para propagandear o balanço dos 18 meses de mandato nos Estados. A idéia é ganhar a mídia regional, dar um lustro na imagem do governo e, de quebra, conquistar algum dividendo para o petista local.

Palco montado
Um grande evento marcará a estréia de Antonio Palocci na campanha em sua Ribeirão Preto. No próximo dia 27, levando a tiracolo o colega Luiz Furlan, o ministro participará de seminário promovido pela prefeitura do claudicante candidato à reeleição Gilberto Magioni (PT).

Para a torcida
Enquanto Paulo Maluf (PP) esbraveja em público contra a aprovação, pelo TCM, das contas da petista Marta Suplicy relativas ao ano passado, o conselheiro mais próximo ao ex-prefeito no tribunal se licenciou antes da votação, na qual poderia ter rejeitado o parecer.

Escada para o paraíso
Com menos de um minuto no horário eleitoral de TV, o evangélico Francisco Rossi, candidato a prefeito de São Paulo pelo diminuto PHS, apelou aos céus: "Só a mão de Deus poderá me levar ao segundo turno, quando a vitória seria um milagre".

Purgatório
Em Osasco, seu reduto eleitoral, Rossi também enfrenta problemas com a candidatura a prefeita da filha Ana Paula. O TRE impugnou o registro porque não encontrou o nome da moça na lista de filiados do partido. A família recorreu da decisão.

Visita à Folha
Guido Mantega, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Demian Fiocca, chefe da assessoria econômica.

TIROTEIO

Do deputado Ivan Valente, da esquerda petista, sobre o recuo do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU:
-É o resultado de uma política econômica que aumenta a concentração de renda e impede os investimentos na área social. A continuidade dessa ortodoxia deveria tirar o sono de um governo popular.

CONTRAPONTO

Na hora H

De tapas e beijos é feita a aliança entre PMDB e PT no Paraná. No comando da administração estadual, o primeiro partido apoiará o candidato do segundo à Prefeitura de Curitiba, o que não impede o governador Roberto Requião de fustigar Lula e auxiliares -nem os petistas paranaenses de darem o troco.
Nessa troca de farpas, destaca-se o deputado André Vargas, presidente do PT estadual e vice da Assembléia Legislativa.
Pouco antes do recesso, em uma roda de deputados, os peemedebistas, a exemplo do que faz o governador, criticavam duramente a política econômica. Após muito defender o ministro da Fazenda, Vargas radicalizou:
-Se vocês estivessem num Boeing em meio a grande turbulência e à beira de um pouso forçado, quem prefeririam como piloto: Palocci ou Requião?
Ninguém respondeu, mas as críticas subitamente cessaram.


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