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Traficantes expulsam de favela
fotógrafos que seguiam candidato
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Traficantes expulsaram ontem
da favela de Acari (Acari, zona
norte do Rio) dois fotógrafos e
um cinegrafista que acompanhavam o senador Marcelo Crivella
(PL), candidato a prefeito do Rio.
Ele participava de uma caminhada na favela, acompanhado de
cerca de 200 correligionários,
quando um homem se aproximou dos três profissionais, avisando-os que, se insistissem em
filmar e fotografar a área, teriam
problemas.
Crivella não reparou na abordagem do emissário do tráfico de
drogas em Acari, controlado pela
facção criminosa TCP (Terceiro
Comando Puro). O homem não
aparentava estar armado.
Os fotógrafos Paulo Alvadia, do
jornal "O Dia", e Edvaldo Reis, da
equipe encarregada da campanha
de Crivella, e o cinegrafista, que
também trabalha para o candidato e não foi localizado pela Folha,
se refugiaram em uma Kombi que
acompanhava a atividade.
Crivella circulou por cerca de
uma hora pelas vielas de Acari,
após visitar o vizinho conjunto
habitacional Amarelinho. Apertou mãos e conversou com moradores, mas não fez discursos. Caminhou com rapidez todo o tempo, sempre acompanhado de cinco seguranças, que vestiam camisas de malha da campanha e
agiam de modo discreto, misturando-se aos correligionários.
Crivella soube pela Folha do
que havia acontecido com os profissionais. Eles disse que as campanhas a prefeito do Rio estão
sendo prejudicadas pela inseguranças nas favelas.
"O Brasil vive sua pior crise social e econômica, com 25 milhões
no subemprego, no desemprego
aberto ou em estratégias de sobrevivência à margem da criminalidade. Hoje, em todas as comunidades do Rio, existe uma influência das facções do narcotráfico."
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