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OUTRO LADO
Petista e Nucleos negam ação
DA SUCURSAL DO RIO
E DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O ex-assessor da Casa Civil
Marcelo Sereno negou "veementemente", segundo sua assessoria
de imprensa, ter interferido nos
investimentos do Nucleos e que
dinheiro do fundo de pensão possa ter ido para campanhas políticas a que tivesse vinculado.
Sereno afirmou que o conselheiro Neildo de Souza Jorge não
tem qualificações para acusá-lo
de interferência no fundo de pensão. A assessoria de Sereno creditou as acusações a adversários do
próprio PT, a chamada ala esquerda do partido.
Informou ainda que Sereno pode constituir advogado para processar aqueles que o estão acusando de ter cometido irregularidades durante o período em que trabalhou para o governo de Luiz
Inácio Lula da Silva e como secretário de Comunicação do PT.
O Nucleos negou que tivesse feito operações com títulos públicos
que causaram prejuízos à instituição. O presidente em exercício e
diretor de Benefícios do Nucleos,
Abel Almeida, refutou que haja
influência de Marcelo Sereno na
administração da entidade.
Mas confirmou que a política de
investimentos ficou mais conservadora, a partir do final do ano
passado, por determinação do
Conselho Deliberativo.
Segundo ele, os bancos Bradesco e HSBC substituirão o BMC e o
Industrial, por serem instituições
com investimentos mais conservadores. O fundo de investimentos Zircônio, que havia sofrido
uma desvalorização de 21,66%,
por conta de operações de risco
na Bolsa de Valores, foi transformado em fundo de renda fixa
-sujeito a menos variações e,
portanto, mais conservador.
O relatório anual da diretoria
executiva de 2004 diz que as aplicações de renda variável tiveram,
na média, um resultado negativo
de 8,94%, enquanto o índice Bovespa (que mede o comportamento dos papéis mais negociados na Bolsa de Valores de São
Paulo) subiu 17%.
Segundo a publicação, o fundo
apostou em premissas que não se
confirmaram. Em janeiro de
2004, por exemplo, vendeu opções (contratos futuros de compra ou venda) no mercado futuro
acreditando que a Bolsa cairia, e
ela subiu. Em outro momento,
comprou ações da Brasil Telecom, que se desvalorizaram
quando se descobriu que a empresa havia contratado a Kroll para espionar concorrentes.
Interesses difusos
O presidente em exercício diz
que os dois conselheiros criticam
a gestão movidos por interesses
pessoais e que não iria discutir
com eles pela imprensa.
Segundo ele, Neildo Jorge está
envolvido em uma disputa com a
INB -da qual era superintendente e foi exonerado- e estaria
""jogando o fundo de pensão no
meio da briga".
Também procurou minimizar
as críticas do conselheiro André
Almeida, dizendo que a diretoria
da associação de empregados da
Nuclep, do qual fazia parte, foi
destituída.
O ex-presidente do Nucleos
Paulo Figueiredo, que deixou o
cargo em abril para assumir a presidência da Eletronuclear, também contestou os dois conselheiros. Figueiredo afirmou que já interpelou judicialmente ao conselheiro Neildo de Souza Jorge por
outras declarações contra ele e negou que tenha sido indicado por
Sereno para a presidência da Eletronuclear. Figueiredo disse que
sua indicação partiu do deputado
federal Luiz Sérgio (PT-RJ).
O presidente em exercício do
Nucleos disse à Folha que uma
auditoria contratada pelas patrocinadoras (INB, Nuclep e Eletronuclear, todas subsidiárias da Eletrobrás) concluiu que Neildo Jorge, André Almeida e outros membros dos conselhos fiscal e deliberativo não teriam preparo técnico
para estarem nesses cargos.
A formação profissional de
Neildo Jorge é de técnico em mecânica -embora já tenha ocupado o cargo de superintendente da
INB- e André Almeida é operador de computador.
Segundo o presidente exercício,
eles cumprirão os mandatos até o
final, por terem sido eleitos, mas
seus substitutos precisarão ter diploma universitário.
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