DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em campanha para reconstruir sua base de apoio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ofereceu ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF) um gabinete melhor na Casa. O telefonema foi no último sábado e a oferta foi para ocupar a sala do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou. O suplente Gim Argello (PTB-DF) ainda não assumiu.
"Não que eu acredite em macumba, mas eu disse que não queria. Ia parecer que eu estava querendo me aproveitar da situação", disse Cristovam, adversário histórico de Roriz. Buarque já pediu a saída de Renan da presidência durante a investigação pelo Conselho de Ética.
O gabinete de Cristovam é pequeno e fica distante do plenário. Cristovam recusou a oferta, mas pediu uma conversa com Renan. Eles se encontraram na casa do presidente do Senado no sábado.
Cristovam disse que aconselhou Renan a deixar o cargo. Ele afirmou que Renan não estaria tão firme na convicção de ficar na presidência, embora não tenha dado nenhum indicativo de que pretenda deixar o cargo: "Hoje ele já diz que talvez tenha sido um erro fazer sua defesa na cadeira de presidente, mas que sair agora seria entregar os pontos", disse.
Renan pretende utilizar o recesso parlamentar, que começa amanhã, para reconstruir sua base de apoio na Casa, principalmente na oposição. Ele avalia que errou ao partir para o confronto e pretende se empenhar, segundo seus aliados, em melhorar o ambiente na Casa. Renan julga remotas as chances de escapar de um pedido de cassação no conselho e já trabalha para ser absolvido no plenário.


Texto Anterior: Renan busca limitar perícia; oposição reage e cobra pressa
Próximo Texto: Janio de Freitas: Entre Renan e a China
Índice