DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Nélio Machado, que defende o banqueiro Daniel Dantas, disse ontem, após depoimento na Polícia Federal, que seu cliente ainda não é réu e que o processo está "prejudicado".
Segundo Machado, com mudanças aprovadas no Código de Processo Penal, a defesa tem dez dias para apresentar uma defesa preliminar, antes de a denúncia ser acatada pela Justiça.
"Eles se anteciparam. Além disso, como eu argüi a suspeição dele, ele tem que processar essa suspeição, ou reconhecendo ou submetendo ao tribunal. Se ele for considerado suspeito, o ato dele perde completamente valor jurídico", afirmou Machado.
A defesa de Dantas argumentou que o juiz Fausto De Sanctis deve se considerar suspeito e impedido de continuar no caso, por conta de declarações dadas que comprometem a imparcialidade para julgar o caso.
Seguindo orientações do advogado, Dantas não respondeu a nenhuma pergunta no depoimento de ontem, que durou mais de três horas. O advogado disse que o motivo foi que a defesa ainda não teve acesso à totalidade das investigações.
Machado criticou ontem o "abuso" nas interceptações telefônicas e disse que a análise das escutas é feita por agentes, "que, muitas vezes, nem são bacharéis em direito". Sexta-feira, Dantas será ouvido novamente na PF.
Machado também recorreu ao Tribunal Regional Federal em São Paulo contra o uso de informações contidas no HD (disco rígido) apreendido no Opportunity, no Rio, em 2004 -o uso dessas informações seria contrário à decisão do Supremo Tribunal Federal.


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