São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

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outro lado

Senadores negam ação com Dantas

Kátia Abreu diz que não recebeu propina; "Ninguém falou comigo", afirma Heráclito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) nega ter mantido contato com as duas pessoas gravadas ou ter operado para o banqueiro Daniel Dantas. "Essa história [de escutas telefônicas] está confusa. Ninguém falou nada comigo. Tenho impressão de que isso é uma interpretação do delegado", disse.
Heráclito afirmou que não é "atrelado ao banco Opportunity". "O delegado está confundindo a amizade que eu tenho com a Verônica [irmã de Dantas] e com Carlinhos [Carlos Rodenburg, sócio de Dantas] e um conhecimento com Daniel", disse. "Ninguém me ligou", afirmou ele, referindo-se à conversa de Arthur Joaquim Carvalho e Guilherme Sodré que sugere o contato.
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) negou ter recebido propina. "Imagino que a mesma praxe que utilizam no dia-a-dia em comprar pessoas, acham que todo mundo se vende e todas as empresas se prestam a isso. Como isso é normal no grupo Opportunity, eles querem transferir isso para outros grupos", disse ela. "As empresas que ficaram do meu lado foram aparecendo no decorrer do meu discurso [a favor do fim da limitação de movimentos de cargas nos portos privados]", acrescentou. "Nunca escondi essas empresas."
O líder do DEM, José Agripino Maia, disse que a emenda assinada por Abreu tinha o apoio do partido e rechaçou as acusações de que a colega teria recebido propina da OAS.
"Pelas conversas que tive no partido é para repelir à altura essa acusação. Essa era a posição de 14 senadores. Não tem procedência. A emenda coincide com o que pensa o partido a respeito da livre concorrência."
A Santos Brasil, ligada ao grupo Opportunity e cujo presidente do conselho administrativo é Carvalho, diz que "se mantém contra mudanças no marco regulatório portuário, como tem manifestado publicamente". Sobre a afirmação de suposto pagamento de propina, embora Carvalho seja presidente do conselho de administração da empresa, a Santos Brasil disse que a reportagem deveria procurar o empresário.
A assessoria do grupo de Eike Batista enviou curta nota em que diz que "a empresa nega veementemente qualquer irregularidade e não pode se responsabilizar por declarações de terceiros". Contatada, a assessoria da OAS não ligou de volta até o fechamento desta edição.


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