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outro lado
Senadores negam ação com Dantas
Kátia Abreu diz que não recebeu propina; "Ninguém falou comigo", afirma Heráclito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Heráclito Fortes
(DEM-PI) nega ter mantido
contato com as duas pessoas
gravadas ou ter operado para o
banqueiro Daniel Dantas. "Essa história [de escutas telefônicas] está confusa. Ninguém falou nada comigo. Tenho impressão de que isso é uma interpretação do delegado", disse.
Heráclito afirmou que não é
"atrelado ao banco Opportunity". "O delegado está confundindo a amizade que eu tenho
com a Verônica [irmã de Dantas] e com Carlinhos [Carlos
Rodenburg, sócio de Dantas] e
um conhecimento com Daniel", disse. "Ninguém me ligou", afirmou ele, referindo-se
à conversa de Arthur Joaquim
Carvalho e Guilherme Sodré
que sugere o contato.
A senadora Kátia Abreu
(DEM-TO) negou ter recebido
propina. "Imagino que a mesma praxe que utilizam no dia-a-dia em comprar pessoas,
acham que todo mundo se vende e todas as empresas se prestam a isso. Como isso é normal
no grupo Opportunity, eles
querem transferir isso para outros grupos", disse ela. "As empresas que ficaram do meu lado
foram aparecendo no decorrer
do meu discurso [a favor do fim
da limitação de movimentos de
cargas nos portos privados]",
acrescentou. "Nunca escondi
essas empresas."
O líder do DEM, José Agripino Maia, disse que a emenda assinada por Abreu tinha o apoio
do partido e rechaçou as acusações de que a colega teria recebido propina da OAS.
"Pelas conversas que tive no
partido é para repelir à altura
essa acusação. Essa era a posição de 14 senadores. Não tem
procedência. A emenda coincide com o que pensa o partido a
respeito da livre concorrência."
A Santos Brasil, ligada ao grupo Opportunity e cujo presidente do conselho administrativo é Carvalho, diz que "se
mantém contra mudanças no
marco regulatório portuário,
como tem manifestado publicamente". Sobre a afirmação de
suposto pagamento de propina,
embora Carvalho seja presidente do conselho de administração da empresa, a Santos
Brasil disse que a reportagem
deveria procurar o empresário.
A assessoria do grupo de Eike
Batista enviou curta nota em
que diz que "a empresa nega
veementemente qualquer irregularidade e não pode se responsabilizar por declarações de
terceiros". Contatada, a assessoria da OAS não ligou de volta
até o fechamento desta edição.
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