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Atos beneficiaram membros de conselho
Quatro dos 15 senadores do órgão que julgará Sarney por editar atos secretos tiveram assessores nomeados ou exonerados dessa forma
Líder tucano defendeu o afastamento do presidente do Conselho de Ética, que já sinalizou não haver por que cassar o presidente da Casa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quatro dos 15 senadores do
Conselho de Ética do Senado
tiveram assessores nomeados
ou exonerados por atos secretos. O órgão foi instalado para
julgar o presidente do Casa, José Sarney (PMDB-AP), entre
outras denúncias, pela edição
dessas medidas não publicadas.
A eleição dos integrantes do
Conselho de Ética foi feita em
plenário na terça-feira sem
contestações. Anteontem, foi
escolhido o presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), que já disse considerar os
atos secretos "uma bobagem
inventada por alguém".
Os quatro senadores do conselho beneficiados por atos secreto são: Demóstenes Torres
(DEM-GO), Almeida Lima
(PMDB-SE), Delcídio Amaral
(PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC). Esses dois últimos são suplentes, mas ocupam atualmente as vagas dos titulares
Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE) e João Ribeiro (PR-TO), que renunciaram.
Romeu Tuma (PTB-SP), que
tem vaga no conselho por ser
corregedor da Casa, assinou em
2004, como primeiro-secretário, 32 atos que constam em boletim administrativo que só foi
publicado em maio passado:
"Nós, senadores, não temos
culpa que não publicaram".
No relatório da comissão de
sindicância que investigou os
atos secretos, Demóstenes aparece ligado a três medidas.
Duas delas se referem a uma
troca de cargos entre o vereador Eliézer Borges (DEM) e o
ex-vereador João Vanderlei de
Ávila (PSDB).
O primeiro foi exonerado e o
segundo nomeado na Secretaria Especial do Interlegis do Senado por meio de atos de 2 de
janeiro de 2007 que só vieram a
público em maio deste ano.
Demóstenes diz não ter responsabilidade pelos atos não
publicados. "Todos os senadores foram afetados por atos secretos. Uma vez que foram criados cargos em gabinetes e reajustada a verba indenizatória."
Líder do governo no Congresso, Ideli teve um assessor
nomeado por ato secreto em
seu gabinete pessoal -segundo
boletim de 17 de março de
2005, Guilherme Ricardo Chimidt ganhou emprego com salário de R$ 9.900. A assessoria
da petista diz que ela nunca pediu nomeação por ato secreto.
Ontem, o líder do PSDB no
Senado, Arthur Virgílio (AM),
que já apresentou três denúncias contra Sarney no conselho,
defendeu o afastamento de Duque após ele ter afirmado não
haver motivo para cassar o
mandato do peemedebista.
Na próxima semana, Virgílio
apresentará outra denúncia
contra o senador com base em
reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" segundo a qual o
ex-diretor-geral Agaciel Maia
nomeou por ato secreto, após
negociação que foi captada em
grampos da PF, o namorado da
filha de Fernando Sarney. O rapaz não se manifestou.
(ANDREZA MATAIS E ADRIANO CEOLIN)
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