São Paulo, sexta-feira, 17 de julho de 2009

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Ao lado de Aécio, Ciro ataca Serra e o PSDB de São Paulo

Deputado diz que governador de SP trata adversários como inimigos a serem destruídos

Encontro de Ciro e Aécio contrariou o comando do PSDB; Serra questionou o governador de Minas por não defendê-lo de ataque


BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao lado do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) atacou ontem o PSDB paulista e o governador de São Paulo, José Serra, que disputa com o mineiro a candidatura tucana à Presidência.
A atitude de Aécio contrariou o comando do PSDB. Num telefonema, Serra questionou Aécio por não o ter defendido.
Apesar de não ser do PT e de ter domicílio eleitoral no Ceará, Ciro é o nome preferido do presidente Lula para disputar o governo de São Paulo. Ele, contudo, repete que é candidato à Presidência.
Após reunião a portas fechadas com Aécio, Ciro disse, em Belo Horizonte, que "os métodos do Serra são conhecidos". "Ele não enfrenta adversários com as linguagens naturais do antagonismo político-eleitoral. Trata os adversários como inimigos a serem destruídos."
Ciro alfinetou Serra até por conta da derrota do Cruzeiro na final da Taça Libertadores. Serra, convidado por Aécio, assistiu ao jogo no Mineirão. Questionado por jornalistas se Serra foi "pé-frio", Aécio desconversou, mas Ciro aproveitou: "Eu avisei".
A "corrupção" na base do governo Lula também foi creditada aos tucanos paulistas.
Segundo Ciro, pressionada pelo PSDB-SP, a oposição a Lula obrigou "o governo a confraternizar com os mesmos setores que estavam provocando essa âncora que não deixa o Brasil acelerar o seu passo".
Na terça-feira, o presidente Lula agradeceu a Fernando Collor (PTB-AL) e a Renan Calheiros (PMDB-AL) pela "sustentação" aos "trabalhos do governo no Senado".
Aécio não comentou as críticas de Ciro, que chegou a vincular sua eventual candidatura a presidente à situação do mineiro. "O governador Aécio, sendo candidato a presidente da República, descomprime gravemente a necessidade estratégica de eu apresentar uma candidatura", disse Ciro.
O encontro dos dois foi alvo de críticas no comando do PSDB. Tucanos se queixaram do fato de Aécio receber Ciro, desafeto declarado de Serra.
Apostando na "conduta impecável de Serra e Aécio" na disputa interna, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o partido "não precisa dos conselhos de Ciro". "No Brasil, há um político que se notabilizou pela linguagem inadequada e pronunciamentos inoportunos: Ciro Gomes".
Segundo o vice-governador, Alberto Goldman, Ciro pertence "às forças da situação" e "deveria cuidar da sua própria casa". "Somos as forças da oposição. Saberemos como escolher nosso candidato. Ele que trate do terreiro dele."


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