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Ao lado de Aécio, Ciro ataca Serra e o PSDB de São Paulo
Deputado diz que governador de SP trata adversários como inimigos a serem destruídos
Encontro de Ciro e Aécio contrariou o comando do PSDB; Serra questionou o governador de Minas por não defendê-lo de ataque
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao lado do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o deputado federal Ciro Gomes
(PSB-CE) atacou ontem o
PSDB paulista e o governador
de São Paulo, José Serra, que
disputa com o mineiro a candidatura tucana à Presidência.
A atitude de Aécio contrariou
o comando do PSDB. Num telefonema, Serra questionou Aécio por não o ter defendido.
Apesar de não ser do PT e de
ter domicílio eleitoral no Ceará, Ciro é o nome preferido do
presidente Lula para disputar o
governo de São Paulo. Ele, contudo, repete que é candidato à
Presidência.
Após reunião a portas fechadas com Aécio, Ciro disse, em
Belo Horizonte, que "os métodos do Serra são conhecidos".
"Ele não enfrenta adversários
com as linguagens naturais do
antagonismo político-eleitoral.
Trata os adversários como inimigos a serem destruídos."
Ciro alfinetou Serra até por
conta da derrota do Cruzeiro
na final da Taça Libertadores.
Serra, convidado por Aécio, assistiu ao jogo no Mineirão.
Questionado por jornalistas se
Serra foi "pé-frio", Aécio desconversou, mas Ciro aproveitou: "Eu avisei".
A "corrupção" na base do governo Lula também foi creditada aos tucanos paulistas.
Segundo Ciro, pressionada
pelo PSDB-SP, a oposição a Lula obrigou "o governo a confraternizar com os mesmos setores que estavam provocando
essa âncora que não deixa o
Brasil acelerar o seu passo".
Na terça-feira, o presidente
Lula agradeceu a Fernando
Collor (PTB-AL) e a Renan Calheiros (PMDB-AL) pela "sustentação" aos "trabalhos do governo no Senado".
Aécio não comentou as críticas de Ciro, que chegou a vincular sua eventual candidatura a
presidente à situação do mineiro. "O governador Aécio, sendo
candidato a presidente da República, descomprime gravemente a necessidade estratégica de eu apresentar uma candidatura", disse Ciro.
O encontro dos dois foi alvo
de críticas no comando do
PSDB. Tucanos se queixaram
do fato de Aécio receber Ciro,
desafeto declarado de Serra.
Apostando na "conduta impecável de Serra e Aécio" na
disputa interna, o presidente
nacional do PSDB, senador
Sérgio Guerra (PE), disse que o
partido "não precisa dos conselhos de Ciro". "No Brasil, há um
político que se notabilizou pela
linguagem inadequada e pronunciamentos inoportunos:
Ciro Gomes".
Segundo o vice-governador,
Alberto Goldman, Ciro pertence "às forças da situação" e "deveria cuidar da sua própria casa". "Somos as forças da oposição. Saberemos como escolher
nosso candidato. Ele que trate
do terreiro dele."
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