|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MUDANÇA MINISTERIAL
Novo ministro da Agricultura defende "uma ação agressiva na área internacional"
Pratini diz querer marketing agressivo
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
O novo ministro da Agricultura,
Marcus Vinicius Pratini de Moraes, defendeu ontem que o governo adote uma agressiva política de marketing nos países em
que os produtos agrícolas brasileiros têm condições de disputar
mercado.
Há 11 anos presidente da AEB
(Associação de Comércio Exterior do Brasil), Pratini de Moraes,
60, disse à Folha que o Brasil precisa quebrar as barreiras tarifárias
e não-tarifárias impostas pelos estrangeiros.
"Uma ação agressiva na área internacional é fundamental. Precisamos de um trabalho muito forte
nas áreas de logística e de marketing. O Brasil tem restrições enormes nos EUA, Europa e Japão.
Quebrar algumas dessas barreiras
é fundamental", afirmou ele.
Para o novo ministro, dependerá da área agrícola o sucesso ou o
fracasso das negociações com os
outros membros do Mercosul, a
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas) e a União Européia.
"Estamos vivendo um momento em que os preços atingiram os
mais baixos níveis dos últimos
anos. Isso afeta muito o Brasil",
afirmou.
Pratini de Moraes demonstrou
satisfação com a transferência para a pasta da Agricultura das
questões comerciais envolvendo
o café, o álcool e o açúcar.
"Reunir todos os produtos em
uma mesma esfera, com os respectivos instrumentos de exportação, dá mais organicidade ao
trabalho do governo", disse ele.
Pratini de Moraes afirmou que,
agora no governo, trabalhará para
corrigir situações que, na condição de presidente da AEB, eram
alvo de suas críticas.
De corpo e alma
Ele citou a instituição da reforma tributária, a modernização
dos portos e a reformulação da logística (rede de infra-estrutura)
do mercado interno como prioridades de sua administração no
ministério.
"Vou me dedicar de corpo e alma a essas tarefas, que são tarefas
do Brasil", afirmou.
Pratini preferiu não opinar sobre a polêmica dos produtos
transgênicos (modificados geneticamente). Ele disse que não conhece bem o assunto.
"Vou conversar com especialistas para entender o problema.
Existe o aspecto técnico e o ético.
A origem disso é uma disputa entre os Estados Unidos e os europeus. Os americanos dominam a
tecnologia. Os europeus, não",
disse.
Para Pratini de Moraes, o Brasil
"não deve ser apenas um efeito"
dessa disputa. "Temos que entender o interesse nacional na questão", afirmou.
Texto Anterior: Jader, do PMDB, diz que não ouvirá FHC Próximo Texto: Economista é ministro pela 3ª vez Índice
|