São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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PAINEL

Estrela vermelha
É grande a expectativa em torno da revelação da titularidade das contas no exterior utilizadas para pagar, também fora do país, o publicitário Duda Mendonça. Pelo menos uma delas estaria em nome de (ex) cardeais petistas.

Quebra-cabeça 1
A CPI dos Correios busca informações sobre a ligação do advogado Leônidas Scholz com Toninho da Barcelona. Ex-sócio do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ele esteve com o doleiro em 9 de dezembro de 2004 no presídio Adriano Marrey, em Guarulhos.

Quebra-cabeça 2
No ano anterior, Scholz livrara seu cliente da prisão em processo que corria na 6ª Vara Federal de São Paulo. Scholz trabalhou no antigo escritório do ministro da Justiça na capital paulista.

Ninguém é de ninguém
Integrantes do governo, com graus variados de rabo preso no atual escândalo, estão sendo chantageados. Varia também o potencial de dano dos diferentes chantageadores. Sobram ameaças para quase todo mundo.

Muy amiga
Diante dos torpedos lançados por Toninho da Barcelona na direção de José Dirceu e Márcio Thomaz Bastos, petistas não escondiam a irritação com a idéia da senadora Ideli Salvatti (SC) de que ele fosse ouvido diretamente pela CPI, ao vivo.

Ajuda externa
O senador Cesar Borges (PFL-BA) vai apresentar requerimento para que a Interpol ajude a CPI dos Correios a rastrear os depósitos na conta Dusseldorf, de Duda Mendonça. "A CPI não tem como identificar a origem dos recursos", afirma.

O investigador
Presidente da CPI do Mensalão, Amir Lando (PMDB-RO), agora deu para ostentar um cachimbo no canto da boca, no melhor estilo Sherlock Holmes.

Na descendente
A sucessão de revelações do escândalo do "mensalão" não é a única fonte de tristeza para o governo federal. Nova pesquisa à disposição do Planalto mostra o aprofundamento do desgaste da imagem do presidente Lula.

Velhos tempos
Dirigentes da CUT creditam à apatia do funcionalismo de Brasília a fraca adesão ao ato de apoio a Lula ontem. A resposta da categoria, que sempre lotava os protestos contra o governo FHC, deixou a desejar.

Fla-flu
A anemia do ato motivou a Força Sindical, que no dia 6 vai às ruas contra o presidente. A central já negocia com ala do movimento estudantil uma adesão a seu protesto em São Paulo.

Deu para mim
Presidente do Ipea, Glauco Arbix está deixando, a seu pedido, o NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos) do governo Lula, agora comandado pelo ex-ministro Luiz Gushiken.

Termômetro 1
Questionado por empresários em visita à Fiesp anteontem, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não há até agora "materialidade jurídica, apoio popular e maioria parlamentar" para um impeachment contra Lula.

Termômetro 2
Os empresários criticaram o discurso de Lula de sexta. Em seguida, questionaram o presidente do Senado se o PMDB deixará o governo. Ouviram "não".

Tombo de tucano
A Comissão de Finanças da Assembléia paulista aprovou parecer contrário ao veto de Geraldo Alckmin a item da LDO que acrescenta R$ 470 mi à educação em 2006, incluindo R$ 150 mi para universidades. A base aliada votou contra o governo.

TIROTEIO

Da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), sobre o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), ter dito que o Senado praticou "uma orgia" ao aumentar o salário mínimo:
-Ele deveria se preocupar com as orgias que as excelências da Câmara e do Senado faziam com a famosa cafetina de Brasília, sempre às custas de dinheiro público roubado.

CONTRAPONTO

Fique à vontade

No primeiro depoimento da CPI dos Correios, ainda em junho, os parlamentares tentavam estabelecer regras sobre o tempo das perguntas e das respostas.
Aflito com a espera e defendendo o governo, o senador Sibá Machado (PT-AC), 28º na lista dos inscritos para as perguntas a Maurício Marinho, ex-funcionários dos Correios, propôs:
-Sei que estou sendo chato, mas gostaria de um tempo limite também para as respostas.
Efraim Morais (BA), senador do PFL, emendou:
-O Sibá quer sair daqui para pegar os meninos no colégio!
Enquanto todos riam em meio à polêmica, Heráclio Fortes (PFL-PI) pôs fim à discussão:
-Devemos ter paciência com o depoente. Seguindo um poeta pernambucano, digo que o caso dele é o seguinte: não tenha a pressa que aniquila o verso, nem beba água de que não saiba a fonte. Deixa o homem falar!


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