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Para Valério, Palmieri tem "medo"
PAULO PEIXOTO
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O publicitário Marcos Valério
disse que "acertou na loteria" ao
dizer antes que Emerson Palmieri, tesoureiro informal do PTB,
não confirmaria sua versão sobre
a viagem a Portugal. "Está dentro
do que eu disse que ele ia falar. Ele
morre de medo do Roberto Jefferson", disse Valério, na sede da Polícia Federal, em Belo Horizonte.
Valério disse que o depoimento
de Palmieri à CPI do Mensalão
"não acrescentou nada". "Ele
simplesmente seguiu o caminho
do Jefferson. Ou vocês esperavam
diferente?" Valério acrescentou
que o petebista não negou que foi
a Portugal com ele e disse que Palmieri não participou da reunião
"porque não houve reunião" e
porque "não é publicitário".
Sobre essa reunião -que Valério diz que seria para tratar da
conta de publicidade da Telemig,
que sua agência atende-, ele disse que ficou 15 minutos na Portugal Telecom. "Fomos embora
porque não fomos atendidos",
afirmou, acrescentando ser
"mentira" Palmieri ter dito que a
reunião durou 40 minutos.
Depois, questionado se Palmieri
mentiu, respondeu: "Omitiu". E
acrescentou: "Respeito a posição
dele, até porque acho que a pressão que está sofrendo é grande".
Valério voltou a dizer que Palmieri viajou com ele a Portugal
porque queria "fugir" de Jefferson. "Ele estava muito pressionado pelo sr. Roberto Jefferson a
respeito de dinheiro, para usar
um português claro, e foi dar uma
fugida, no bom sentido. (...) Ele tinha muito medo de um assunto
relacionado à fundação da qual
era presidente."
Valério disse não ter informações sobre a diferença de R$ 100
mil identificada nas contas que
entregou à Procuradoria Geral da
República e sobre as quais as CPIs
dos Correios e do Mensalão levantaram dúvidas. Não teria sido
contabilizado um saque de 30 de
setembro de 2003, mesmo dia em
que foi paga uma parcela de R$ 12
mil do empréstimo do PT a Lula.
"Eu não sabia dessa diferença,
vou verificar. Mas te garanto uma
coisa: empréstimo do sr. presidente da República eu nunca paguei", disse, explicando que o resto dos papéis será entregue hoje.
Valério reiterou que deu o dinheiro para quem o ex-tesoureiro
do PT Delúbio Soares indicava,
pessoas que estão na lista apresentada às autoridades. "As pessoas que traíram o presidente Lula foram as mesmas pessoas que
me traíram. Para mim, o presidente Lula não participou."
Valério prestou informações
em um inquérito aberto pela PF
sobre gestão fraudulenta de instituição financeira, seguindo ações
do Ministério Público que envolvem sócios da SMPB e o vice-governador de Minas, Clésio Andrade (PL). São investigados dirigentes dos bancos Rural e Credireal.
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