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Lamas supõe ter sacado para campanha de Lula
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à CPI do Mensalão, o ex-tesoureiro do PL Jacinto de Souza Lamas disse ontem
supor que os valores sacados por
ele das contas do publicitário
Marcos Valério e recebidos na
empresa SMPB foram usados para pagar gastos de campanha do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Segundo Lamas, o
presidente do PL, o ex-deputado
Valdemar da Costa Neto, que renunciou ao mandato, mandou ele
pegar o dinheiro.
O deputado Luiz Antonio
Fleury Filho (PTB-SP) afirmou
que Lamas admitiu que os recursos sacados eram ilegais. "Eu não
disse que eram recursos ilegais
porque partia do princípio de que
eram da campanha de Lula", disse
o ex-tesoureiro.
A deputada Zulaiê Cobra
(PSDB-SP) perguntou se o dinheiro foi para a campanha presidencial. "Acho que sim. [Foi] a
parte do PL, digamos assim, que
ele fez para o PT", afirmou Lamas
referindo-se que o comitê financeiro da campanha para presidente teve a participação do PL,
que indicou o vice José Alencar.
Lamas chegou a irritar os integrantes da comissão devido à resistência em precisar datas, valores e ao discurso de distanciamento das finanças do PL.
Alternando momentos de choro com gargalhadas, o ex-tesoureiro do PL disse que buscava
"pacotes", "envelopes" e "encomendas", com dinheiro vivo, a
pedido de Costa Neto na agência
do Banco Rural em Brasília, mas
não sabia quanto transportava.
Afirmou que não tinha certeza de
quantas vezes esteve no banco.
"Era um acerto do Delúbio com
o Valdemar", disse, citando diversas vezes que as negociações eram
entre Costa Neto e o ex-tesoureiro
do PT Delúbio Soares.
Ele disse desconhecer o destino
e a origem do dinheiro que carregava e que "não se sentia ofendido" nem "humilhado" em prestar
este tipo de serviço a Costa Neto.
Lamas chorou ao falar dos filhos
e ao dizer que tem recebido ameaças. Alguns minutos depois surpreendeu com gargalhadas. "Peço
desculpas, houve descontração e
me deixei contagiar."
(HC, SN E RB)
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