São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/O JULGAMENTO

Processos apresentados pelo PL são descartados por falta de provas; para deputados, representações refletem briga de partidos

Conselho de Ética absolve 4 petebistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quatro deputados federais do PTB que sofriam processo de cassação foram ontem absolvidos pelo Conselho de Ética da Câmara por falta de provas.
Alex Canziani (PR), Sandro Matos (RJ), Neuton Lima (SP) e Joaquim Francisco (PE) foram denunciados pelo PL no início do mês. Foi uma vingança contra o pedido de cassação do líder do PL na Câmara, Sandro Mabel, pelo presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson, por suposto envolvimento no "mensalão".
Tecnicamente, os processos não chegaram a ser abertos. Foram descartados após análise preliminar do conselho. A decisão teve apoio unânime dos 11 deputados presentes, de vários partidos.
Os quatro parlamentares disputaram, sem sucesso, as eleições municipais do ano passado. Foram acusados pelo presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), de terem supostamente se beneficiado de R$ 4 milhões não contabilizados que o PTB recebeu do PT como ajuda de campanha. Os deputados negam a acusação, enquanto o PT nega ter dado o dinheiro.
As representações do PL não apresentavam provas e falavam em "possível" benefício, o que, no entender do conselho, fazia delas peças muito frágeis.
"Foi uma briga de partidos", disse o presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP). O relator dos processos, deputado Nelson Trad (PMDB-MS), classificou os pedidos de "levianos".
Os membros do conselho se esforçaram para separar esses quatro casos, cujas absolvições já eram dadas como certas, de outros considerados mais sérios, como os de Jefferson, Mabel e José Dirceu (PT-SP). Há receio, entre os parlamentares, de que a decisão seja vista como o início de uma operação-abafa.
Hoje, o conselho deve se reunir para apreciar o caso de outro deputado do PTB que teve a cassação pedida pelo PL, Francisco Gonçalves (MG). Ele diz ter visto uma mala de dinheiro no plenário da Câmara, mas não apresentou provas, o que motivou o pedido. Gonçalves deve ser apenas advertido. (FÁBIO ZANINI)

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