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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/O JULGAMENTO
Processos apresentados pelo PL são descartados por falta de provas; para deputados, representações refletem briga de partidos
Conselho de Ética absolve 4 petebistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quatro deputados federais do
PTB que sofriam processo de cassação foram ontem absolvidos
pelo Conselho de Ética da Câmara
por falta de provas.
Alex Canziani (PR), Sandro Matos (RJ), Neuton Lima (SP) e Joaquim Francisco (PE) foram denunciados pelo PL no início do
mês. Foi uma vingança contra o
pedido de cassação do líder do PL
na Câmara, Sandro Mabel, pelo
presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson, por suposto envolvimento no "mensalão".
Tecnicamente, os processos não
chegaram a ser abertos. Foram
descartados após análise preliminar do conselho. A decisão teve
apoio unânime dos 11 deputados
presentes, de vários partidos.
Os quatro parlamentares disputaram, sem sucesso, as eleições
municipais do ano passado. Foram acusados pelo presidente do
PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), de terem supostamente se beneficiado de R$ 4 milhões não contabilizados que o
PTB recebeu do PT como ajuda
de campanha. Os deputados negam a acusação, enquanto o PT
nega ter dado o dinheiro.
As representações do PL não
apresentavam provas e falavam
em "possível" benefício, o que, no
entender do conselho, fazia delas
peças muito frágeis.
"Foi uma briga de partidos",
disse o presidente do conselho,
deputado Ricardo Izar (PTB-SP).
O relator dos processos, deputado
Nelson Trad (PMDB-MS), classificou os pedidos de "levianos".
Os membros do conselho se esforçaram para separar esses quatro casos, cujas absolvições já
eram dadas como certas, de outros considerados mais sérios, como os de Jefferson, Mabel e José
Dirceu (PT-SP). Há receio, entre
os parlamentares, de que a decisão seja vista como o início de
uma operação-abafa.
Hoje, o conselho deve se reunir
para apreciar o caso de outro deputado do PTB que teve a cassação pedida pelo PL, Francisco
Gonçalves (MG). Ele diz ter visto
uma mala de dinheiro no plenário
da Câmara, mas não apresentou
provas, o que motivou o pedido.
Gonçalves deve ser apenas advertido.
(FÁBIO ZANINI)
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