São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

PT nunca foi contra lucro de bancos, diz ministro

Paulo Bernardo (Planejamento) acompanhou Lula em visita ao BB

No final de junho, Lula disse que preferia que bancos ganhasse dinheiro para não ter de socorrê-los se tivessem prejuízos


EDUARDO SCOLESE
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que seu partido, o PT, "nunca foi contra lucro de banco", ao comentar declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o assunto.
Lula, que ontem visitou a sede do Banco do Brasil, comemorou o lucro recorde da instituição no primeiro semestre (R$ 3,9 bilhões), que superou o de todos os bancos privados. Quando estavam na oposição, petistas diziam que o BB deveria priorizar sua função social, em detrimento dos lucros.
Em junho, o presidente havia dito que preferia ver os bancos lucrando a ter de socorrê-los com "bilhões e bilhões de reais" -referência ao Proer, da gestão Fernando Henrique Cardoso.
Questionado sobre uma eventual mudança de discurso de Lula em relação a suas posições históricas, Paulo Bernardo respondeu: "Se você encontrar um papel do PT assinado dizendo isso [que o PT é contra lucros de bancos], eu vou ter o prazer de comê-lo com azeite e sal. Não existe isso".
Na visita ao BB, Lula fez uma crítica indireta ao PSDB, ao mencionar "a sanha das privatizações". "Vim ao Banco do Brasil um dia depois do anúncio de que o banco teve um lucro muito importante para a sua história. Algumas pessoas podem estar dizendo: "Mas não é possível o Banco do Brasil ter lucro, o Banco do Brasil não foi feito para isso". Essas mesmas pessoas deveriam ter dito, em outros momentos da história, que o Banco do Brasil também não deveria ter prejuízo, e não foram poucas as vezes que as manchetes da imprensa, sobretudo na época da sanha das privatizações, publicavam manchetes em letras garrafais, falando dos prejuízos do BB."
O discurso foi dirigido a funcionários do banco. "Ninguém mais chamou vocês de marajás, nunca mais você ouviu ninguém do governo descarregar em funcionários do Banco do Brasil o discurso de que eles ganham bem, porque nós aprendemos que bons funcionários precisam ser bem pagos."


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