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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
PT nunca foi contra lucro de bancos, diz ministro
Paulo Bernardo (Planejamento) acompanhou Lula em visita ao BB
No final de junho, Lula disse que preferia que bancos ganhasse dinheiro para
não ter de socorrê-los
se tivessem prejuízos
EDUARDO SCOLESE
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, afirmou ontem que seu partido, o PT,
"nunca foi contra lucro de banco", ao comentar declarações
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva sobre o assunto.
Lula, que ontem visitou a sede do Banco do Brasil, comemorou o lucro recorde da instituição no primeiro semestre
(R$ 3,9 bilhões), que superou o
de todos os bancos privados.
Quando estavam na oposição,
petistas diziam que o BB deveria priorizar sua função social,
em detrimento dos lucros.
Em junho, o presidente havia
dito que preferia ver os bancos
lucrando a ter de socorrê-los
com "bilhões e bilhões de reais"
-referência ao Proer, da gestão
Fernando Henrique Cardoso.
Questionado sobre uma
eventual mudança de discurso
de Lula em relação a suas posições históricas, Paulo Bernardo
respondeu: "Se você encontrar
um papel do PT assinado dizendo isso [que o PT é contra
lucros de bancos], eu vou ter o
prazer de comê-lo com azeite e
sal. Não existe isso".
Na visita ao BB, Lula fez uma
crítica indireta ao PSDB, ao
mencionar "a sanha das privatizações". "Vim ao Banco do
Brasil um dia depois do anúncio de que o banco teve um lucro muito importante para a
sua história. Algumas pessoas
podem estar dizendo: "Mas não
é possível o Banco do Brasil ter
lucro, o Banco do Brasil não foi
feito para isso". Essas mesmas
pessoas deveriam ter dito, em
outros momentos da história,
que o Banco do Brasil também
não deveria ter prejuízo, e não
foram poucas as vezes que as
manchetes da imprensa, sobretudo na época da sanha das privatizações, publicavam manchetes em letras garrafais, falando dos prejuízos do BB."
O discurso foi dirigido a funcionários do banco. "Ninguém
mais chamou vocês de marajás,
nunca mais você ouviu ninguém do governo descarregar
em funcionários do Banco do
Brasil o discurso de que eles ganham bem, porque nós aprendemos que bons funcionários
precisam ser bem pagos."
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