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Lula e Alckmin distorcem dados de governos em propagandas
DA REPORTAGEM LOCAL
Realizações das administrações Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e Geraldo Alckmin
(PSDB) foram distorcidas no
primeiro dia de propaganda política dos presidenciáveis, na
última terça. Utilizados como
cartões de visita nos programas, números e dados não batem com informações oficiais
do Executivo e do Legislativo
paulista, no caso do tucano.
Já o programa do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva utilizou estimativas numa tentativa
de animar o eleitor.
Lula, que em 2002 falava na
criação de 10 milhões de empregos formais e informais, estampou no programa de ontem
a marca de 6 milhões de novos
empregos criados durante a sua
administração.
Em maio deste ano, o Ministério do Trabalho previa chegar
a 5 milhões de empregos formais até o fim do ano.
Segundo assessores de Lula,
no programa foram considerados também empregos na economia informal, mas a campanha não informou como foi feita a estimativa, já que não há
como fazer avaliações oficiais
do mercado informal. A assessoria da campanha do presidente destacou que o número
de novos postos formais de trabalho já ultrapassa 4 milhões.
Já o programa "Geraldo
Alckmin Presidente" exagerou
ao atribuir aos governos do
PSDB 19 novos hospitais.
Na verdade, como afirma
texto do portal do Governo do
Estado de São Paulo, 14 unidades tiveram obras retomadas,
uma foi estadualizada -portanto já estava pronta - e outras três foram ampliadas. Apenas dois novos hospitais foram
construídos, diz o texto oficial.
São 20 unidades, e não 19.
Os novos hospitais estão entre as principais ações elencadas pelo governo no site. Faz
parte da lista também a CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano),
responsável pela construção de
novas moradias.
A propaganda do tucano anteontem informou que seu governo foi responsável por 225
mil casas populares.
O texto do portal do governo
informa que a administração já
viabilizou 165.608 moradias.
Uma fábrica de vacinas do
Instituto Butantan também foi
utilizada como chamariz pela
campanha de Alckmin.
O Ministério da Saúde, no
entanto, também participou da
viabilização da obra, um investimento de R$ 30 milhões, segundo a pasta.
A propaganda tucana citou
ainda, entre as realizações do
candidato, o programa Dose
Certa, que distribui de graça 41
tipos de medicamentos.
Relatório do Tribunal de
Contas do Estado apontou que
das 2,3 milhões de unidades
farmacêuticas previstas para
distribuição em 2005, apenas
32,3% chegaram à população.
O governo, em justificativa
enviada ao tribunal, atribuiu o
problema aos seus fornecedores de matéria-prima, em razão
do tsunami na Ásia.
Em nota, a campanha Alckmin reafirma os dados sobre os
hospitais e as moradias e diz
que o programa não negou a
parceria na fábrica de vacinas.
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