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Famílias pagarão R$ 626 de CPMF neste ano, diz estudo
Valor representa aumento de 11% em relação aos R$ 564 despendidos em 2006
Incremento da atividade econômica, mais pessoas trabalhando e consumo maior são os motivos que justificam esse aumento
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada família terá de gastar
R$ 626,41 neste ano apenas para o pagamento da CPMF (contribuição cobrada de cada cidadão quanto movimenta dinheiro em contas bancárias). O valor representa aumento de R$
61,90 em relação aos R$ 564,51
pagos no ano passado. Por pessoa, serão R$ 187,95 neste ano,
contra R$ 171,76 em 2006.
Alguns motivos justificam
esse aumento nominal de 11%:
maior atividade econômica,
mais pessoas trabalhando e, em
conseqüência, maior consumo.
Os dados constam de estudo
divulgado ontem pelo IBPT
(Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) mostrando o histórico do tributo desde
sua criação, em 1993, até agora.
Para este ano, o IBPT prevê
que a receita com o tributo chegará a R$ 35,5 bilhões, ou 1,4%
do PIB (Produto Interno Bruto). O valor representará aumento de 10,7% em relação aos
R$ 32,079 bilhões arrecadados
pela Receita Federal em 2006.
Segundo Gilberto Luiz do
Amaral, presidente do IBPT e
um dos autores do estudo, se o
governo conseguir aprovar a
prorrogação da CPMF e a DRU
(Desvinculação das Receitas da
União) até 2011, a reforma tributária não sairá do papel.
"Se forem mantidas a CPMF
e a DRU, o governo deixará a reforma tributária na gaveta." Para Amaral, isso são será novidade, uma vez que já ocorreu no
primeiro mandato de Lula e
nos dois de FHC, quando o tributo também foi prorrogado.
O estudo do IBPT mostra alguns números para provar que
a CPMF é um tributo perverso.
Primeiro: como incide em todas as etapas de produção, seu
custo é repassado ao consumidor final, que tem de arcar com
mais 1,7%, em média, na hora
de comprar qualquer produto
ou serviço -seja arroz, feijão,
carne, roupas, energia etc.
Segundo: a CPMF incide sobre outros tributos. Significa
dizer que, quando uma pessoa
paga IPTU, IPVA ou outro tributo, seja por meio de dinheiro,
cheque ou débito em conta, está pagando mais 0,38%. Isso
ocorre também quando uma
empresa recolhe IR, PIS, Cofins, contribuição ao INSS etc.
O IBPT calculou esse "mal
em dose dupla": desde 1997 até
o final deste ano, o governo terá
obtido cerca de R$ 19,7 bilhões
com a CPMF sobre os outros
tributos. Neste ano, essa conta
chegará perto de R$ 3,3 bilhões.
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