UOL

São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Longe das tribunas
A CPI da Exploração Sexual solicitou a prisão de mais quatro políticos, acusados de pedofilia. Dois vereadores de Campo Grande (MS) foram detidos ontem e um outro, de São Luís (MA), está com a prisão decretada. O quarto, um deputado estadual do MA, está hospitalizado.

Exploração sexual
Um dos vereadores presos é acusado de ter engravidado uma menina de 13 anos, pago o aborto e oferecido um "cala-boca" mensal à família de R$ 350. Em agosto, em Porto Ferreira (SP), seis vereadores (e outras seis pessoas) também tiveram a prisão decretada por pedofilia.

Outro lado
Procurados pela Folha, advogados e parentes dos quatro parlamentares contestam as acusações de pedofilia. Disseram que eles são vítimas de "armação política" de adversários.

Boas vindas
Às vésperas da visita de Lula a Cuba, Fidel Castro anistiou as dívidas de cerca de 150 brasileiros que não estavam conseguindo bancar as despesas de seus cursos na ilha em consequência das alterações cambiais. Serão considerados bolsistas.

Cooperação econômica
A Petrobras poderá explorar petróleo em águas profundas de Cuba. Um protocolo de cooperação foi assinado entre os dois países e equipes da estatal já estão na ilha fazendo avaliações.

Não perde a piada
Jornalistas cercaram ACM Neto (PFL) ontem na Câmara. Paulo Bernardo (PT) não conseguiu ver o colega no meio de câmeras e microfones e, dirigindo-se aos repórteres, ironizou o tamanho do colega: "Ficaram loucos, estão entrevistando a parede?".

Oposição de regime
O PFL desconfia de que poderá perder mais dez parlamentares até o início de outubro. Todos deverão rumar para partidos da aliança governista.

Coexistência pacífica
Petistas e tucanos costuram um acordo em MG. Aécio Neves (PSDB) não atrapalharia a reeleição de Fernando Pimentel (PT) em BH -não lança candidato ou apóia um nome "pró forma". Já o prefeito deixaria o caminho livre para o segundo mandato do tucano, em 2006.

Pedra no caminho
O acordo entre Pimentel (PT) e Aécio (PSDB), no entanto, pode esbarrar em um outro petista: Patrus Ananias. Deputado federal mais votado em Minas e ex-prefeito de BH, Ananias está de olho na sucessão estadual.

Política internacional
Jefferson Peres (PDT-AM) apresentou à Comissão de Relações Exteriores do Senado proposta de moção de repúdio ao governo de Israel em razão da ameaça de expulsão de Yasser Arafat dos territórios palestinos. Deve ser votada amanhã.

Futuro garantido
As Assembléias Legislativas de Alagoas e do Rio Grande do Norte aprovaram a reeleição de suas Mesas Diretoras. Detalhe: ainda falta um ano e meio para o fim do primeiro mandato.

Polêmica social
Seis em cada dez brasileiros são contrários à proibição do aborto. Os outros dados da pesquisa, feita pelo Ibope com 2.000 pessoas em todo o país, serão divulgados na sexta-feira, no Rio, no evento "Os Novos Desafios da Responsabilidade Política".

Nova tentativa
O Congresso voltou a discutir a união estável entre casais homossexuais. Desta vez no Senado, a partir de proposta de Sérgio Cabral (PMDB). Projeto semelhante de Marta Suplicy está engavetado na Câmara desde maio de 2001, quando foi retirado da pauta pelos líderes.

TIROTEIO

Do deputado João Alfredo (PT-CE), sobre a União ainda não ter tomado decisão sobre os transgênicos, às vésperas de novo plantio de soja no sul do país:
-O governo se dividiu e criou uma situação semelhante à dos anos FHC. Isso arranha a credibilidade do Brasil no exterior e favorece, pela inércia, os que defendem a liberação dos transgênicos. Sem fiscalização, os agricultores já estão comprando sementes modificadas.

CONTRAPONTO

Troca de cotoveladas

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou ontem projeto que obriga o BNDES a destinar ao menos 35% de seus financiamentos às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Líder do governo na Casa, Aloizio Mercadante (PT-SP) posicionou-se contra o texto, utilizando-se de argumentos fiscais.
Acabou sendo chamado por Tasso Jereissati (PSDB-CE) de "técnico do FMI". Irritado, o petista levantou a voz e só foi acalmado por interferência do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).
Minutos após a sessão, o petista iria conceder uma entrevista à Rede Amazônica de TV. Virgílio passou ao seu lado e provocou:
-Essa TV é da minha terra. Fale com conhecimento de causa, não como técnico do FMI.
O petista devolveu, referindo-se a Tasso Jereissati:
-É isso que dá bater em coronel do Nordeste!


Próximo Texto: Rolo tributário: Governo vota tributária, mas sofre 1ª derrota no plenário
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.