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São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

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HEBRAICA, 50

Presidente pede que Nações Unidas busquem acordo no Oriente Médio

ONU deve negociar a paz, diz Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu anteontem à noite que a ONU (Organização das Nações Unidas) assuma a responsabilidade de negociar a paz entre judeus e árabes, na comemoração dos 50 anos da Hebraica, um dos maiores centros comunitários judaicos do mundo. Lula afirmou ainda que o Brasil é um exemplo de convivência pacífica entre árabes e judeus.
"A paz no Oriente Médio não pode ser obra de um país só. Não pode ser só problema dos EUA. A ONU tem de assumir seu papel e permitir que inocentes judeus e inocentes palestinos possam viver com tranquilidade", disse. O presidente lembrou que ele e a comunidade judaica já passaram por momentos difíceis no passado e que a presença dele no evento era uma demonstração da evolução por que passaram todos no sentido da aceitação da diferença.
O jantar, com cerca de mil convidados, teve a presença de empresários como Joseph Safra; dos ministros José Dirceu (Casa Civil), Guido Mantega (Planejamento), Jacques Wagner (Trabalho) e José Graziano (Segurança Alimentar); do governador paulista Geraldo Alckmin e da prefeita Marta Suplicy, além de representantes da comunidade judaica, como o rabino Henry Sobel e o presidente da Confederação Israelita do Brasil, Jack Terpins.
Lula agradeceu a participação da comunidade judaica no Fome Zero, com a adoção da cidade de Itinga, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. "Combater a fome é uma dádiva de Deus que nossa geração abraçou", afirmou.
Em seu discurso, Lula deu exemplos de pobreza. Citou um menino de 9 anos que, não tendo um brinquedo, colocou o barbante no pescoço de um sapo simulando que fosse um carrinho. Em outro momento, lembrou sua infância ao dizer que no Nordeste há "quem coma arroz somente como remédio": "Arroz só quando a mulher está de resguardo ou quando a criança tem diarréia". Lula concluiu: "Deram-me algumas palavras [em hebraico], mas não vou repetir porque já falaram aqui. Como sou amante da vida, queria dizer: Lechaim! [À vida!]".


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