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HEBRAICA, 50
Presidente pede que Nações Unidas busquem acordo no Oriente Médio
ONU deve negociar a paz, diz Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva defendeu anteontem à
noite que a ONU (Organização
das Nações Unidas) assuma a responsabilidade de negociar a paz
entre judeus e árabes, na comemoração dos 50 anos da Hebraica, um dos maiores centros comunitários judaicos do mundo.
Lula afirmou ainda que o Brasil é
um exemplo de convivência pacífica entre árabes e judeus.
"A paz no Oriente Médio não
pode ser obra de um país só. Não
pode ser só problema dos EUA. A
ONU tem de assumir seu papel e
permitir que inocentes judeus e
inocentes palestinos possam viver
com tranquilidade", disse. O presidente lembrou que ele e a comunidade judaica já passaram por
momentos difíceis no passado e
que a presença dele no evento era
uma demonstração da evolução
por que passaram todos no sentido da aceitação da diferença.
O jantar, com cerca de mil convidados, teve a presença de empresários como Joseph Safra; dos
ministros José Dirceu (Casa Civil), Guido Mantega (Planejamento), Jacques Wagner (Trabalho) e José Graziano (Segurança
Alimentar); do governador paulista Geraldo Alckmin e da prefeita Marta Suplicy, além de representantes da comunidade judaica,
como o rabino Henry Sobel e o
presidente da Confederação Israelita do Brasil, Jack Terpins.
Lula agradeceu a participação
da comunidade judaica no Fome
Zero, com a adoção da cidade de
Itinga, no Vale do Jequitinhonha,
em Minas Gerais. "Combater a fome é uma dádiva de Deus que
nossa geração abraçou", afirmou.
Em seu discurso, Lula deu
exemplos de pobreza. Citou um
menino de 9 anos que, não tendo
um brinquedo, colocou o barbante no pescoço de um sapo simulando que fosse um carrinho. Em
outro momento, lembrou sua infância ao dizer que no Nordeste
há "quem coma arroz somente
como remédio": "Arroz só quando a mulher está de resguardo ou
quando a criança tem diarréia".
Lula concluiu: "Deram-me algumas palavras [em hebraico], mas
não vou repetir porque já falaram
aqui. Como sou amante da vida,
queria dizer: Lechaim! [À vida!]".
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