São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SANGUESSUGAS

Berzoini nega que PT tenha pago por dossiê

Partido deve suspender a filiação de Valdebran Padilha, petista preso pela PF sob acusação de negociar documentos

Apesar de rejeitar envolvimento com denúncias contra Serra, presidente do PT pediu investigações sobre tucano

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, negou ontem que o partido tenha repassado dinheiro para o advogado e ex-agente da Polícia Federal Gedimar Pereira Passos, preso anteontem em São Paulo, acusado de tentar comprar um dossiê contra o candidato do PSDB ao governo do Estado, José Serra. Berzoini condenou o que chamou de "tentativa de chantagem" contra tucanos.
O presidente do PT também divulgou nota sobre o assunto. "Diante da consolidação da liderança de nossa candidatura presidencial e da frustração daqueles que desejaram destruir o PT, não nos surpreende que ocorram episódios dessa natureza, com o objetivo de conturbar a disputa eleitoral, que está sendo conduzida de nossa parte para o debate exclusivamente programático", afirmou.
Com relação ao petista Valdebran Padilha da Silva, também preso anteontem pela PF, o presidente do PT disse que encaminhará ao Diretório Nacional um pedido de suspensão do filiado e de abertura de um procedimento disciplinar.
A nota tem apenas quatro parágrafos. Três são reservados para comentar a edição da revista "IstoÉ" desta semana, que divulgou reportagem sobre o suposto envolvimento de Serra com a máfia dos sanguessugas.
"O PT considera graves as novas acusações relativas ao escândalo dos sanguessugas publicadas pela "IstoÉ" e que envolvem o governo anterior. Ao contrário dos nossos adversários, não prejulgaremos, mas exigimos a rigorosa e isenta investigação das denúncias, para apurar todas as responsabilidades", disse Berzoini.
O petista afirmou ainda que o PT "sempre rejeitou o denuncismo eleitoral e a produção ilegal de dossiês, até mesmo por já termos sido vítimas desse tipo de procedimento".
A Folha não conseguiu ouvir o presidente do PT de São Paulo, Paulo Frateschi. A assessoria disse que ele foi informado sobre o teor da reportagem, mas que estava em reunião.


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