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Encontro expõe mal-estar entre tucanos
Apesar da tentativa de Serra e Alckmin mostrarem unidade, aliados não conseguem eleger presidente do partido em São Paulo
Em discurso, o deputado Edson Aparecido diz que os dois saem fortalecidos; para o ex-governador, "quem apostar em divisão vai errar"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra, e o ex-governador
Geraldo Alckmin se esforçaram
para dar prova de unidade ontem na convenção municipal
do PSDB. Só que, em mais um
dia de beligerância, os tucanos
nem sequer conseguiu homologar o nome do secretário estadual de Relações Institucionais, José Henrique Reis Lobo,
para a presidência do partido.
Apesar da foto, retrato do
bom momento entre Serra e
Alckmin, a tensão rondava seus
aliados desde a véspera, quando Lobo e o ainda presidente
municipal, Tião Farias, tiveram
ríspida discussão ao telefone.
Apoiado por Alckmin e Serra,
Lobo aceitou a presidência do
partido desde que indicasse a
secretária-geral e o tesoureiro
do partido.
"Você tem que ter humildade. Não pode impor condições",
acusou Farias, dizendo que trabalha pela unidade.
"Até agora, você tem colaborado para a desagregação do
partido", reagiu Lobo.
Como o impasse persistia ontem após três horas de reunião
a portas fechadas, o PSDB
adiou para quinta-feira a eleição da Executiva, ainda que Lobo seja o escolhido.
Já o vereador Gilberto Natalini - que foi obrigado a desistir
da disputa pela presidência -
não só faltou como tem pronta
uma carta de desfiliação.
Além disso, o grupo "tucanafro" se rebelou contra a exclusão de seu representante, autor
de uma ação pela anulação da
eleição, da chapa do diretório.
Cercado num canto por militantes do movimento negro, o
franzino secretário de Gestão,
Sidnei Beraldo, explodiu:
"Eu que pedi para ele sair.
Não se pode entrar com ação
contra a chapa que se integra".
Como se não bastasse, havia
duas eleições programadas ao
mesmo tempo em endereços
diferentes.
Mesmo com o imbróglio, a
decisão de Serra de desmontar
o quadro de disputa foi encarado como um gesto em favor de
Alckmin. Em retribuição, ele
teria o apoio dos alckmistas em
2010. "Serra e Alckmin saem
fortalecidos daqui", discursou o
deputado Edson Aparecido.
A aproximação dos dois ainda não teve eco entre seus aliados mais apaixonados. De casa,
Serra esperou o melhor momento para votar, fazendo com
que Alckmin o aguardasse por
mais de uma hora. "Folclore.
Fantasia completa", disse."É ridículo pensar isso."
"Quem apostar em divisão no
PSDB vai errar", disse Alckmin.
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