|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Juiz decide hoje se mantém Cacciola preso
Governo brasileiro enviou comunicado manifestando interesse na prisão do ex-banqueiro, condenado no país em 2005
A primeira audiência judicial em Mônaco, onde ele está detido sob responsabilidade da Interpol desde sábado, está marcada para as 11h
MARIA LUIZA RABELLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
Está marcada para hoje, às
11h (horário de Brasília), a primeira audiência judicial do ex-banqueiro Salvatore Cacciola
em Mônaco, foragido da Justiça brasileira desde 2000. Tanto
o governo brasileiro quanto o
advogado de Cacciola no Brasil,
Carlos Ely Eluf, consideram a
sessão de hoje decisiva para um
eventual processo de extradição do ex-banqueiro.
O juiz pode decidir por prendê-lo para fins de extradição,
pode liberar Cacciola por entender que os crimes dos quais
é acusado no Brasil não foram
cometidos em Mônaco ou ainda mantê-lo detido para dar um
prazo maior para que as autoridades brasileiras justifiquem o
pedido de extradição.
Cacciola está detido em um
comissariado (delegacia) em
Mônaco, sob responsabilidade
da Interpol, desde anteontem.
Em 2005, ele foi condenado à
revelia a 13 anos de prisão por
gestão fraudulenta, corrupção
passiva e peculato (utilizar-se
do cargo exercido para apropriação ilegal de dinheiro). A
Polícia Federal o considerava o
principal procurado do país e,
por isso, emitira em 2000 um
pedido de prisão internacional
para a Interpol.
O Brasil ainda não enviou representantes da Justiça à Europa. O secretário nacional de
Justiça, Romeu Tuma Jr., agendou uma conversa telefônica
com a Interpol para saber dos
detalhes da detenção. Tuma Jr.
disse ter recebido do ministro
da Justiça, Tarso Genro, orientação para "fazer tudo que pudesse" para avançar com o caso.
Com esse objetivo, o governo
brasileiro enviou ontem uma
nota oficial comunicando às
autoridades do principado que
o Brasil tem interesse na prisão
de Cacciola. Do Ministério das
Relações Exteriores, a nota segue para a Embaixada do Brasil
em Paris e, então, para a Embaixada de Mônaco na França
-porque o Itamaraty não tem
representação no principado.
Tuma Jr. espera que a nota
oficial chegue à corte de Mônaco antes do início da audiência.
"Se o juiz decretá-lo preso, as
chances de ter Cacciola devolvido ao Brasil aumentam." O
Brasil foi informado da detenção de Cacciola no sábado pela
Interpol, que o prendeu quando o ex-banqueiro apresentou
passaporte num posto de imigração em Mônaco.
Diplomacia
Numa reunião prevista para
hoje em Brasília, o Ministério
da Justiça, o Itamaraty e a PF
traçam estratégias para trazer
Cacciola. O Brasil já teve negado pedido de extradição do ex-banqueiro, que tem dupla cidadania (brasileira e italiana).
O acordo bilateral entre Brasil e Itália não prevê a extradição de italianos e, segundo o
Itamaraty, o Brasil não tem
acordo de extradição com Mônaco. "Mas isso não impede que
o Brasil firme um Tratado de
Reciprocidade com Mônaco",
disse Tuma Jr. Cacciola é um
dos protagonistas do caso Marka, que, juntamente com o banco FonteCindam, causou um
prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao
Banco Central em 1999.
Texto Anterior: Análise levou em conta só dados do 1º mandato Próximo Texto: Advogado diz que ex-banqueiro não pode ficar detido Índice
|