|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEC estuda autorizar outros diplomados a exercer o jornalismo
Proposta de Haddad é permitir que qualquer profissional com formação superior também possa trabalhar na área
Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Fenaj, diz que a proposta é "inoportuna'; ANJ não comenta porque caso está sob exame do STF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O MEC (Ministério da Educação) estuda autorizar profissionais que tenham formação
universitária em qualquer área
a exercer a profissão de jornalista. O ministro Fernando
Haddad (Educação) também
quer discutir as diretrizes dos
cursos oferecidos na área que
passarão por uma supervisão, a
exemplo do que ocorreu com
direito, medicina e pedagogia.
Ainda neste mês, o ministro
disse que vai constituir um grupo de trabalho para apresentar,
em 90 dias, uma proposta nesse
sentido. "A comissão fará uma
análise das diretrizes curriculares do jornalismo e, sobretudo,
das perspectivas de graduados
em outras áreas, mediante formação complementar, poderem fazer jus ao diploma."
Ele disse à Folha que seu objetivo não é entrar na discussão
travada no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Ministério
do Trabalho sobre a obrigatoriedade do diploma, mas tratar
da formação do jornalista. Do
ponto de vista prático, se o STF
-que deve julgar ação neste semestre- entender que o diploma de jornalista é obrigatório,
a discussão se tornará inócua.
"No mundo inteiro as pessoas se formam nessa área,
mesmo onde não há obrigatoriedade. Sou favorável à boa
formação. Não discuto a questão do exercício profissional."
Para um profissional formado em outra área ser habilitado
ao diploma de jornalista, ele
precisaria cursar disciplinas
essenciais para a formação na
área, como técnica de reportagem, ética e redação, disse ele.
Para Max Monjardim, chefe
da comunicação do Trabalho, a
discussão poderia se dar no
grupo que discute a regulamentação da profissão, do qual
participa: "Seria bom se o ministro indicasse algum representante da Educação para
participar do grupo que já está
funcionando [no Trabalho]".
O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo de Andrade, considerou a proposta de
Haddad "inoportuna". Ele
também participa do grupo
criado pelo Trabalho. "É uma
proposta feita por alguém que
está distante da realidade da
profissão." A ANJ (Associação
Nacional de Jornais) disse que
não comentaria a idéia por ser
só uma proposta e porque o assunto está sob o exame do STF.
No Supremo, o relator é Gilmar Mendes, que já autorizou
profissionais da área a se registrarem sem possuir o diploma.
Texto Anterior: Justiça Eleitoral: Câmara discorda do TSE em caso de deputado "infiel" Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: "What crisis? Go ask Bush" Índice
|