São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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Serra quer isenção de IR para casa própria

Como reduzir a pobreza por meio de programas sociais se, ao menos no início do governo, haverá sérias restrições orçamentárias? O sr. pretende, por exemplo, transferir gastos da aposentadoria dos servidores públicos para outros programas, como o Bolsa-Escola?
O governo José Serra combaterá a pobreza através da Rede de Proteção Social. É garantia de que:
a) todos os benefícios criados no governo FHC serão mantidos. Segundo, de que os programas sociais serão expandidos. Serra firmou um compromisso claro com a nação no lançamento de sua candidatura: se o progresso não for para todos, não haverá ordem para ninguém;
b) Serra dará total prioridade à Rede de Proteção Social e nenhum de seus programas sofrerá a mínima restrição orçamentária durante seu governo, desde o seu início. Benefícios são financiados pela aplicação constitucional de recursos, como o caso da Previdência Rural e do FAT, incluindo o seguro-desemprego e o abono salarial. Além disso, para a proposta orçamentária enviada pelo governo federal ao Congresso, manteve e até ampliou os recursos alocados a 11 programas, montando a R$ 33,1 bilhões.
A aposentadoria dos servidores público será paga rigorosamente em dia, como sempre ocorreu desde o Real. Nenhuma verba para tal finalidade será reduzida ou transferida para outro programa, nem mesmo para a Rede de Ação Social, como demonstramos acima, já que conta com recursos alocados e crescentes no Orçamento de 2003. Sendo assim, o risco que pode correr a Rede de Proteção Social seria mais político do que financeiro.
Como este espaço é curto para explicarmos todos os compromissos que fazem de Serra o verdadeiro candidato da mudança, sugerimos que visitem nosso site. Nele, o eleitor pode conhecer as propostas e a história de Serra, ver as razões para votar 45 e, o principal, pode debater. Se quiser, pode criticar nossas propostas com a certeza de que ninguém o chamará de terrorista só por pensar diferente de nós.

Os candidatos têm destacado em seus programas que obras de saneamento básico e de construção civil podem estimular a criação de empregos para os trabalhadores menos qualificados (e mais pobres) com custos relativamente baixos. O sr. pretende estimular tais programas com investimento público? Com estímulos fiscais (renúncia de tributação)? Pretende estimular a privatização do saneamento básico? Como vai estimular a concessão de crédito para a habitação?
José Serra tem um compromisso firme e inequívoco com o desenvolvimento da construção civil porque ela envolveria os principais objetivos do seu governo: geração de empregos (600 mil é a nossa meta setorial), infra-estrutura para o desenvolvimento e o combate às desigualdades. O programa de governo do PSDB-PMDB dá prioridade a três subsetores: construção de moradias, saneamento e transporte urbano.
A proposta é, antes de tudo, aumentar os investimentos públicos, além dos privados. Serra tem um histórico que o qualifica para tanto. Como relator do capítulo do Orçamento na Constituinte, Serra criou a importante figura do plano plurianual. Depois, como ministro do Planejamento, adotou o método dos eixos regionais de desenvolvimento, que orienta o Avança Brasil, o maior plano de obras públicas. Serra já defendeu que a compra da casa própria deve ser isenta do IR. Já a construção de casas populares para as famílias mais pobres deve ser subsidiada com recursos dos orçamentos da União, dos Estados e das prefeituras.
Os investimentos em habitação também serão estimulados pelo aumento do percentual de aplicações no setor dos recursos captados pela caderneta de poupança e por maiores aportes do FGTS. As metas de Serra: construir 200 mil moradias adicionais por ano e elevar para R$ 4 bilhões os recursos para financiar a compra de material de construção para reformas. Quanto ao saneamento, Serra defende um sistema misto. O primeiro passo será aprovar um novo marco jurídico do setor de saneamento, definindo a participação dos municípios e dos Estados na titularidade para a concessão dos serviços. Quem optar pela privatização só poderá aplicar os recursos em saneamento básico -para aumento de investimentos ou redução de tarifas.
"Veja como José Serra fará o que promete" é o título de uma página do nosso site, que recomendamos para os internautas interessados em conhecer mais sobre as propostas acima comentadas e outros assuntos do dia-a-dia dos brasileiros.


José Roberto Rodrigues Afonso, 42, respondeu por José Serra às questões da Folha. Economista, mestre em economia pela UFRJ, funcionário de carreira do BNDES, atualmente superintendente licenciado da área de assuntos fiscais e emprego do BNDES, é um dos coordenadores do programa de José Serra.



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