São Paulo, quarta-feira, 17 de outubro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Ilustre quem?

Ainda que, hoje, o mais provável seja a substituição definitiva de Renan Calheiros por outro peemedebista na presidência do Senado, colocando fim ao sonho do interino Tião Viana (PT-AC), não está fácil para o PMDB encontrar um nome aceitável. A escassez de oferta é evidenciada pelo fato de haver, na lista de cogitados, dois suplentes que assumiram os mandatos definitivamente: Valter Pereira (MS) e Neuto de Conto (SC). Um terceiro, Hélio Costa, é ministro. Teria de deixar o cargo para voltar à Casa. Outros dois -Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS)- seriam vetados pelo Planalto. Restam dois com ligeira vantagem hoje, embora não despertem entusiasmo: Garibaldi Alves (RN), pelo bom trânsito com a oposição, e Gerson Camata (ES), por ser o mais anódino de todos.

Radical. José Sarney (PMDB-AP) declarou aos mais próximos que pode "até" se licenciar do Senado para sepultar a especulação de que seria candidato a suceder Renan. O ex-presidente sabe que seu nome não passa na oposição e enfrenta dificuldades mesmo na base governista.

Deslocamento. Com problemas em Brasília, a prioridade de Sarney hoje é melhorar a situação do clã no Maranhão, na esteira da derrota eleitoral de 2006. Daí a recente licença de Roseana para tratar de assuntos no Estado.

Deserção. Homem de Sarney e inflamado defensor de Renan ao longo da crise, Gilvam Borges (PMDB-AP) foi cercado ontem por jornalistas em busca de uma declaração do senador sobre o presidente licenciado. "Não tem mais ninguém? Tem de ser eu?", esquivou-se o "Sandália".

Devagar. O aviso de Valdir Raupp (PMDB-RO) na reunião de líderes, para que não façam de Renan um "tigre enjaulado", foi entendido como: "ele vai renunciar à presidência, mas peguem leve".

Cubo mágico. Para segurar Adelmir Santana, o DEM prometeu ao senador, suplente de Paulo Octávio, que ele concorrerá à vaga em 2010. Para a conta fechar, o governador José Roberto Arruda (DF) tem de disputar a reeleição. Resta saber o que fazer com outro acordo -o de que Arruda sairia para o Senado, dando lugar a Paulo Octávio.

Prioridade. Visto como o "pêndulo" que pode garantir a aprovação da CPMF no Senado, o PSDB será tratado a pão-de-ló pelo governo. O plano imediato é cortejar Tasso Jereissati (CE), negociador da reforma tributária na Casa, incorporando algumas de suas sugestões ao novo texto.

Quase lá. Fotos de Lula e bandeiras brasileiras enfeitavam a sede do governo da República do Congo na recepção ao presidente ontem. As faixas brancas sobre os círculos azuis das bandeiras, porém, eram amarelas. E o nome do visitante foi escrito assim: "Luix Inácio Lula da Silva".

Costas quentes. Danilo Fortes, diretor da Funasa que enfrenta bombardeio do PT, está prestigiado com Dilma Rousseff. A ministra da Casa Civil tem dito que as denúncias de irregularidades na fundação se referem à gestão anterior e que, apesar das críticas que fez à atuação do órgão na Amazônia, acha que ele tem de trabalhar em parceria com o Exército na região.

Lobby da bola. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, percorreu gabinetes e deu plantão no cafezinho dos senadores, ontem, na tentativa de evitar a CPI do Corinthians. Alegou que a investigação prejudicaria o Brasil na definição da sede da Copa de 2014 e afugentaria potenciais patrocinadores do evento.

Outro lado. Claudio Lembo (DEM) diz que a decisão de prorrogar os contratos de concessão das rodovias paulistas no final do seu governo foi tomada de forma autônoma pela Artesp, empresa que regula os transportes no Estado. "Fui pego de surpresa", afirma o ex-governador.

Tiroteio

"Jobim não é bobo nem nada. Trabalha camuflado porque é candidatíssimo em 2010".
Do deputado federal BETO MANSUR (PP-SP) sobre as recentes viagens do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que não perde a oportunidade de usar a vestimenta camuflada do Exército.

Contraponto

Casual

A Assembléia de Sergipe concedeu recentemente uma medalha ao secretário estadual de Turismo, João Augusto Gama. Na mesa de premiação estavam o governador Marcelo Déda (PT) e o senador Almeida Lima (PMDB). Presente, o ex-prefeito de Aracaju e deputado Jackson Barreto (PMDB) foi ignorado pelos organizadores, o que motivou comentários na platéia. Para contorná-los, o presidente da Casa, Ulices Andrade (PSDB), explicou:
-Muitos estão se perguntando por que Barreto não está aqui na mesa. Quero que todos saibam que não é por falta de prestígio, mas sim por falta de gravata!
Para alívio dos organizadores, ele vestia traje esporte.


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