São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Polícia e política

O confronto entre policiais civis e militares, que ganhou contornos de batalha campal na porta do Palácio dos Bandeirantes, estava recheado de ingredientes que remetem não apenas à campanha eleitoral em curso, mas também à presidencial de 2010.
No local estavam dois personagens ligados simultaneamente aos grevistas da Polícia Civil e à candidatura de Marta Suplicy: o deputado federal Paulinho (Força Sindical, PDT) e o líder do PT na Assembléia, Roberto Felício, fundador da CUT. Um cartaz no meio do tumulto fazia trocadilho com as iniciais do PSDB: "Pior Salário Do Brasil". E o informe da Associação dos Investigadores diz: "Serra não consegue administrar a greve da polícia e quer ser presidente".




Linha direta. Presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra telefonou para os colegas Carlos Lupi (PDT) Ricardo Berzoini (PT) na tentativa de conter os ânimos.

Gongo. As campanhas de Gilberto Kassab e de Marta Suplicy se inclinam a rejeitar a proposta da Rede Globo de colocar os púlpitos dos dois candidatos a apenas um metro de distância no debate do dia 24. A idéia da emissora era poder mostrar na mesma tela a reação de um à fala do outro.
Mas o clima anda quente demais para tal proximidade.

Ecos. Lula soube do polêmico comercial de Marta, que questiona a vida pessoal de Kassab, num telefonema que lhe foi dado pelo chefe-de-gabinete Gilberto Carvalho. O presidente, que estava em Madri, comentou: "Não é por aí, não precisa fazer isso".

Meu garoto. O presidente conversou com Luiz Marinho (PT) por telefone, anteontem, a bordo do Aerolula, antes de decolar para Moçambique.
Perguntou sobre a campanha e avisou que estará em São Bernardo no domingo.

Mochileiro. Geraldo Alckmin (PSDB) interrompe hoje as sessões de aplicação de acupuntura no ambulatório da Unifesp para participar de evento da campanha do tucano Wilson Santos, que disputa o segundo turno em Cuiabá (MT) contra Mauro Mendes (PR), candidato do governador Blairo Maggi (PR).

Biografia. Na esteira da alta temperatura em BH, o tucano Eduardo Azeredo cutucou, no plenário do Senado, Inácio Arruda (PC do B-CE), cujo partido vai de Leonardo Quintão (PMDB) no segundo turno: "Vocês vão apoiar alguém que está criticando um preso político?". Em tempo: Quintão tem atacado o passado de Márcio Lacerda (PSB), candidato de Aécio Neves.

Outro lado. A direção do PC do B mineiro afirma que, antes de declarar apoio ao peemedebista, o partido entregou os cargos que mantinha na Prefeitura de BH.

Meu também. Para tentar neutralizar o impacto do apoio de Lula a Flávio Dino (PC do B) em São Luís, o tucano João Castelo copiou a estratégia usada pelo governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), na eleição de 2006. Seus novos adesivos proclamam: "Sou Lula, voto Castelo". Dois anos atrás, o paraibano montou comitês batizados de "Lula-Cássio".

Famílias. Camilo Capiberibe (PSB), filho do ex-senador João Alberto Capiberibe, lidera pesquisa Ibope divulgada ontem para a Prefeitura de Macapá, com 54%. O adversário, Roberto Góes (PDT), primo do governador Waldez Góes, tem 37%. A pesquisa foi contratada pela Rádio TV do Amazonas e está registrada com o número 863/2008.

Socorro. Diante da crise financeira internacional, que ameaça adiar o leilão de cinco trechos de rodovias estaduais, a Nossa Caixa abriu linha de crédito para financiar o pagamento de outorgas. O banco deverá colocar à disposição R$ 700 mi dos R$ 3,4 bi exigidos pelo governo.

com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS

Tiroteio

"O que o Lula fala não se escreve. Assim como previu que o tsunami internacional aqui seria apenas "marolinha", agora diz que Marta vai ganhar a eleição."
Do deputado JUTAHY JÚNIOR (PSDB-BA), sobre declarações do presidente a respeito da crise econômica e das perspectivas eleitorais da candidata do PT em São Paulo.

Contraponto

Agora pode

No início da campanha, quando engatinhava na disputa em BH, Leonardo Quintão conversava com a colega de partido Rita Camata num restaurante da Câmara.
-Rita, grava um depoimento para mim?
-É difícil, acho que o Aécio não iria gostar-, declinou a deputada, amiga do governador mineiro, por sua vez patrocinador da candidatura de Márcio Lacerda.
-Que nada! Estou muito atrás nas pesquisas...
Na semana passada, já convertido em líder da corrida na capital mineira, Quintão foi cercado por peemedebistas na reunião da bancada. E a primeira da fila para tirar foto ao lado do fenômeno era justamente Rita Camata.


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