São Paulo, sábado, 17 de outubro de 2009

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Presidente do DEM defende apoio a Aécio

Rodrigo Maia avalia que governador mineiro tem maior potencial de crescimento e pode ampliar o arco de alianças

Partido está rachado sobre a sucessão; Bornhausen e Kassab apoiam Serra, e ACM Neto, Ronaldo Caiado e Agripino Maia querem Aécio


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não bastasse o PSDB, o DEM é hoje novo palco de disputa entre os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves. Em confronto com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e com seu antecessor no cargo, Jorge Bornhausen, o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, já não esconde a preferência e defende abertamente a candidatura de Aécio à Presidência.
Em conversas, Maia alega que Aécio tem mais potencial de crescimento, além de não encarnar a polarização com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado diz ainda que Aécio teria capacidade de ampliar o arco de alianças, atraindo partidos que compõem a base do governo federal.
Recentemente, passou a defender a antecipação da escolha do candidato do PSDB à Presidência, a exemplo do que propõe o próprio Aécio. Maia já manifestou sua opinião a integrantes do partido. Num seminário organizado por democratas em São Paulo, chegou a fazer enquete com parlamentares da sigla. Cercado de deputados e senadores, questionava "quem é o melhor candidato" para comprovar a tese de divisão no partido.
A atitude de Maia é apenas um capítulo da queda de braço interna do DEM.
De um lado, estão Bornhausen e Kassab. De outro, Maia, ACM Neto, e os líderes do DEM no Senado, Agripino Maia, e na Câmara, Ronaldo Caiado. Os grupos duelam desde março passado, quando protagonizaram discussão em Brasília.
Alijado de um jantar oferecido por Kassab a presidentes de partidos aliados ao PSDB, Maia protestou contra a concentração de decisões em São Paulo. Ele reclamou ainda da ideia de subordinar as alianças estaduais à candidatura do PSDB à Presidência. À época, alegou que o partido precisava engordar a bancada para sobreviver.
A crise só foi debelada durante um jantar em Brasília. Ainda assim, a cúpula do partido revelou seu mal-estar dias depois, ao expor suas divergências num encontro com Serra.
Recentemente, Maia contestou movimento de aproximação com o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), na Bahia.
Em setembro, Maia se queixou ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, da estratégia desenhada pelos tucanos de São Paulo. Disse que o PSDB não poderia impor sua candidatura ao DEM no Espírito Santo nem na Paraíba. Disse ainda que, na Bahia, o PSDB vinha rejeitando novos filiados. Mas não os indicava para o DEM.
Maia também está em conflito com o coordenador de comunicação das campanhas do PSDB, Luiz Gonzalez, que, numa entrevista ao jornal "Valor Econômico" fez críticas a ele.
Após a entrevista, Maia preteriu um roteiro apresentado por Gonzalez para o programa que o DEM levará ao ar no fim do mês. Tucanos ligados a Serra reconhecem que hoje o DEM é um dos principais problemas enfrentados pelo PSDB.
Além de Maia, a candidatura de Aécio e a dificuldade para consolidar um palanque harmônico em São Paulo são entraves enfrentados por Serra.


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