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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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AMÉRICA LATINA

Perdão deve ultrapassar 95%; cúpula vê perigo em demandas insatisfeitas

Brasil vai perdoar dívida boliviana

DA ENVIADA A SANTA CRUZ DE LA SIERRA

O embaixador brasileiro na Bolívia, Antonio Mena Gonçalves, afirmou que o Brasil vai cancelar parcialmente a dívida boliviana. "Posso garantir que o perdão da dívida será superior a 95%", disse.
Segundo o embaixador, a dívida é de cerca de US$ 53 milhões. Ele afirmou que, pelo acordo do Clube de Paris (grupo de 19 países desenvolvidos responsável pela reestruturação da dívida externa de nações emergentes), não é possível cancelar 100% dela.
A declaração do embaixador ocorreu no final da 13ª Cúpula Ibero-Americana, anteontem. No encerramento do encontro, os 21 chefes de Estado da América Latina, Portugal e Espanha assinaram a "Declaração de Santa Cruz".
O texto diz que demandas sociais "insatisfeitas" são uma "ameaça à governabilidade democrática", numa referência aos levantes populares de outubro que derrubaram o presidente boliviano, Sánchez de Lozada, e às crises econômicas da região.
"Recomendamos a busca de mecanismos financeiros inovadores, destinados a assegurar a dita governabilidade e a contribuir para a supressão da pobreza", diz o texto, segundo o qual "a luta contra a pobreza é essencial para a consolidação da democracia".
A cúpula se realizou na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, que fica na região economicamente mais desenvolvida do país.
O Brasil pediu que fosse incluído um tópico sobre a criação do Fundo Internacional de Combate à Fome, iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o fortalecimento das relações Sul-Sul. O fundo poderia se beneficiar de apoio político e de doações financeiras dos países ricos.
O texto pede o fortalecimento da ONU e coloca o Conselho de Segurança como órgão de responsabilidade "para a manutenção da paz e da segurança".


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