São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005 |
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PAINEL Mãos limpas Por trás do aparente protesto tucano-pefelista no depoimento de Antonio Palocci, desenrolou-se uma ação deliberada para poupar o ministro da Fazenda. "Se ele tiver de cair, não seremos nós a dar o golpe final", sintetizou um parlamentar do PSDB. Pensando bem Há uma segunda explicação, menos cândida, para a boa vontade da oposição. Sem Palocci, triunfaria a "escola Dilma", da turma louca para gastar na campanha reeleitoral de Lula. Donos da bola Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) foram escolhidos a dedo como interlocutores na negociação da ida antecipada de Palocci ao Senado. Os governistas sabem que passam pelos dois todas as convocações para a temida CPI dos Bingos. Fila do SUS Depois de sobreviver à CAE, Palocci deve ficar bom tempo longe do banco da CPI. Até pefelistas empedernidos já admitem que as convocações seguirão uma "ordem cronológica", e listavam vários nomes a serem chamados antes do ministro. Dipirona Com uma mãozinha da oposição, em especial a tucana, baixou a temperatura de Palocci. Até o próximo pico de febre. Feriado revigorante Tostato pelo sol, Renan Calheiros escoltou Palocci no Senado todo sorridente: na segunda-feira, a Fazenda resolveu a pendência do presidente do Senado em relação à dívida de Alagoas com precatórios. Zero a zero Pela solução encontrada com a atenção pessoal do ministro, o Tesouro reteve R$ 47 mi de recursos do Estado, mas foram providenciados créditos em valor semelhante para suprir a perda para os cofres de Alagoas. Meio-termo Estava em curso ontem à noite uma negociação de prazo para a CPI dos Correios. A oposição aceitaria estendê-la até janeiro ou fevereiro, e não mais até abril. E o governo desistiria de contestar judicialmente a prorrogação. Parte interessada Foi o ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo (MG) quem telefonou para o deputado Átila Lira (PI) pedindo que tirasse a assinatura do requerimento de prorrogação da CPI dos Correios. Para convencê-lo, disse que deputados tucanos do Ceará e de Minas fariam o mesmo. Panos quentes Ao saber da ação de Azeredo para encerrar a CPI, que investiga a ligação de sua campanha de 1998 com o valerioduto, a cúpula tucana recuou da decisão de pedir a expulsão de Lira. O deputado deverá apenas perder as funções na bancada. Engrenagem 1 Com base em informações colhidas entre agências de publicidade, a CPI dos Correios prepara a convocação de Cláudio Vasconcelos, funcionário do BB que, segundo Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do banco, participou do acordo da instituição com a Visanet. Engrenagem 2 Segundo a apuração preliminar, Vasconcelos era o braço operacional de Luiz Gushiken no banco e teria comandado a operação Visanet, apontada pelas investigações como fonte abastecedora do valerioduto. Convidados especiais Dois promotores do caso Santo André vão acompanhar hoje, na CPI dos Bingos, a acareação entre Klinger Sousa, Ronan Pinto e Sérgio Gomes da Silva. Visita à Folha Demetrio Infante, embaixador do Chile no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Alejandro Sfeir Tonsic, cônsul-adjunto. TIROTEIO Do senador Jefferson Peres (PDT-AM), integrante da CPI dos Correios, sobre a defesa que Lula não fez de seu ministro da Fazenda, Antonio Palocci: -Até agora, o presidente só se fingiu de neutro, beneficiando quem ataca o ministro. CONTRAPONTO Mundo pequeno Dias atrás, uma professora ligou para o Ministério da Educação. Queria inscrever alunos nas
Olimpíadas de Matemática. |
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