São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Lula manifesta frustração com medidas para economia

Em reunião com petistas, presidente sugeriu mudar Lei de Responsabilidade Fiscal

Líder do governo no Senado afirmou que Lula está "angustiado" com a falta de propostas concretas para acelerar o crescimento


FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou parte da reunião de ontem com líderes petistas reclamando da falta de propostas concretas para atingir um crescimento econômico de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) associado à distribuição de renda. Segundo os presentes, Lula está "angustiado" com isso e cobrando "ousadia" de sua equipe econômica.
"Ele conversou com algumas personalidades, governadores, pegou a turma da infra-estrutura e da economia e deu uma chacoalhada. Está muito preocupado com isso. O que o preocupa mais é o crescimento, os investimentos e os nós da infra-estrutura", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
O presidente considerou tímida a proposta de cortes de impostos apresentada pela equipe econômica na última terça-feira e solicitou aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) que elaborem um plano conjunto.
Na reunião de ontem, Lula defendeu mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal para estimular investimentos e crescimento da economia. "Tem recursos no BNDES, na Caixa Econômica Federal, mas as prefeituras e os Estados estão endividados. A Lei de Responsabilidade Fiscal é importante, mas temos que encontrar fórmulas para o crescimento fluir. Ele está com uma série de angústias", disse a senadora, ao relatar o encontro.
Ainda de acordo com a líder do PT, Lula quer "ousadia" no próximo mandato e sua prioridade é o crescimento econômico com distribuição de renda. Segundo a senadora, Lula disse que a pressa dele "não é por nomes, é por propostas."
As críticas de Lula ao plano elaborado por sua equipe econômica, coordenada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), foram vistas como um sinal de que a manutenção do atual time não está totalmente assegurada no segundo mandato.
Lula pretendia fazer mudanças em sua equipe econômica no próximo ano. Recuou depois do bombardeio do grupo desenvolvimentista contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
O presidente desautorizou o grupo, formado por Dilma Rousseff (Casa Civil), Tarso Genro (Relações Institucionais) e Guido Mantega, que defendeu uma queda brusca da taxa de juros.
Ao mesmo tempo, fortaleceu Henrique Meirelles ao dizer que não iria admitir "aventuras" na economia e que não permitiria a volta da inflação. Disse que também defendia a queda de juros, mas que ela deveria continuar sendo gradual.
O presidente ficou insatisfeito principalmente com a falta de medidas para desonerar novos investimentos produtivos.


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