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CASO SANTO ANDRÉ
Adiamento foi pedido por advogados de Gomes da Silva; para Geraldo Alckmin, crime foi "esclarecido"
Interrogatório de empresário é adiado para 2ª
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O interrogatório do empresário
Sérgio Gomes da Silva, acusado
de ser um dos mandantes do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), foi adiado
para segunda-feira. Ele seria ouvido pela Justiça depois de amanhã.
O adiamento foi solicitado por
seus advogados, que alegaram ao
juiz Luiz Fernando Migliori Prestes, da 1ª Vara da Comarca de Itapecerica da Serra (SP), não terem
tido acesso aos 40 volumes da
ação criminal que corre contra o
empresário por homicídio triplamente qualificado. Segundo os
advogados Roberto Podval e
Adriano Vanni, seria impossível
preparar uma defesa sem conhecer o teor das acusações contra
Gomes da Silva. O prazo desejado
pela defesa era de pelo menos dez
dias para estudar o caso.
A defesa informou que Gomes
da Silva poderia se manter em silêncio durante o interrogatório,
caso não tivesse acesso ao processo criminal. Dos 40 volumes, os
últimos cinco referem-se à investigação desenvolvida pelos promotores criminais de Santo André, que colocaram Gomes da Silva como um dos mandantes do
assassinato do prefeito.
Até então, o processo criminal
era restrito a seis homens da favela Pantanal, todos presos sob a
acusação de terem assassinado
Daniel. Foi a partir da denúncia
(acusação formal à Justiça) que
eles passaram a configurar como
os contratados por Gomes da Silva para matar o prefeito.
Para os promotores, é contraditória a atitude da defesa de pedir
um prazo maior para estudar o
processo. Eles alegam que os advogados do empresário tiveram
acesso a toda a investigação em 21
de outubro.
"Eu estranho a postura do advogado porque até hoje ele tem dito
que não existem provas contra o
cliente dele. Agora pede o adiamento do interrogatório porque
não teve tempo de estudar o processo", afirmou um dos promotores criminais do caso, Amaro José
Thomé Filho.
O prefeito de Santo André foi
sequestrado pela quadrilha da favela Pantanal na noite de 18 de janeiro do ano passado, quando
voltava de um jantar com o empresário Gomes da Silva. Dois
dias depois, Daniel foi encontrado morto a tiros em uma estrada
de terra em Juquitiba (SP).
Alckmin
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) disse ontem em Santos
(SP) que, embora o Ministério
Público tenha reaberto o inquérito e denunciado o empresário Gomes da Silva como mandante do
crime, considera o episódio "esclarecido" pela polícia paulista.
"O caso foi esclarecido, e os assassinos foram presos. O que se
discute é se existiu um mandante
e o que motivou esse crime."
Questionado se a investigação
do Ministério Público que resultou na prisão de Gomes não colocava em xeque o trabalho da polícia paulista, Alckmin afirmou que
"naquele momento" a polícia entendeu que não havia elementos
suficientes para identificar o suposto mandante do crime.
Alckmin transferiu ontem a estrutura de governo para a Baixada
Santista como parte das atividades do chamado "Fórum São
Paulo: Governo Presente".
Durante o evento, o governador
alfinetou a prefeita de São Paulo,
Marta Suplicy (PT). "No caso da
Prefeitura de São Paulo, não são
destacadas as parcerias [com o
governo estadual]", declarou.
Indagado se queria dizer que a
prefeita não reconhece a participação do Estado nas iniciativas
conjuntas, ele respondeu: "Essa é
uma conclusão inteligente sua".
Colaborou a Agência Folha, em Santos
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