São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2005

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PAINEL

Boca-de-urna
Entre os deputados que distribuíram cédulas já preenchidas na fila de votação da sessão que absolveu Romeu Queiróz, segundo quem as recebeu, estavam os peemedebistas mineiros Mauro Lopes e Carlos Willian, Lael Varella (PFL-MG) e Arnon Bezerra (PTB-CE).

Delivery
Diálogo no plenário durante a sessão da pizza de Queiroz (PTB-MG): "Quem vai me dar a cédula?", perguntava um deputado. "Espera que ela já vai chegar à sua mão", respondia outro.

Com recibo
O grande número de cédulas duplicadas na votação da absolvição de Queiroz era a senha de deputados da oposição ao governo Lula para dizer que haviam cumprido o acordo.

Espumante e pizza
Aliviado com a absolvição de Queiroz, Professor Luizinho (PT-SP), da fila de cassáveis, comemorava anteontem com o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA). Os dois bebiam champanhe no restaurante Piantella.

Datamensalão
Romeu Queiroz (PTB-MG) já tinha boa dose de segurança de que escaparia da cassação quando seu processo chegou ao plenário. Contratou "pesquisas" diárias com os parlamentares.

Bolo de fim de ano
A bancada do PT no Senado pregou uma peça no presidente do partido, Ricardo Berzoini. A pedido dos senadores, Delcídio Amaral (MS) desmarcou uma reunião nesta semana, mas esqueceu de avisar Berzoini.

Outro lado
O Banco Central nega ter apontado o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro como responsável pela fiscalização dos negócios entre Marcos Valério e o Banco Rural. O Conselho reverteu em multa decisão do BC de inabilitar diretores do Rural, mas diz que o episódio não teve relação com os empréstimos.

Pegando onda
O PMDB de Orestes Quércia, primeiro colocado na pesquisa Datafolha para o governo paulista, dará o voto decisivo na Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa sobre o enroscado Orçamento do último ano da gestão Geraldo Alckmin.

Maré baixa
Petistas e parte do PFL reivindicam R$ 1 bi em emendas para 2006. Os tucanos não aceitam a exigência, e o peemedebista Jorge Caruso pode desempatar a disputa. Até na base aliada de Alckmin a avaliação é que ele votará contra o governo.

Pela chaminé
Candidato a senador em 2006, o governador Zeca do PT (MS) está entregando pessoalmente, em 20 municípios, cestas de Natal a famílias atendidas por programas sociais. A meta é distribuir 80 mil. "Não sou o Papai Noel, mas um amigo que traz um presente para a festa", diz.

Cordão de isolamento
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) recomendou ao governador da Bahia, Paulo Souto, distância de Lula: "Será melhor não acompanhá-lo em viagens. Muita gente pode imaginar que as vaias também são direcionadas aos seus convidados".

Para o ano 1
Soberano na Câmara paulistana, o bloco formado por PTB, PMDB e PL só aceita votar em 2006 o projeto da prefeitura tucana que prevê a entrada de organizações sociais na rede pública de saúde da capital.

Para o ano 2
O atraso tem aval do PT, que quer retardar a medida. "Do jeito que está o texto, é a volta do PAS em ano eleitoral", diz o petista Antonio Donato. O prefeito José Serra deve convocar a Câmara para votá-lo em janeiro.

Visita à Folha
Julio Delgado, deputado federal pelo PSB de Minas Gerais, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) sobre Lula ter dito que só se candidatará à reeleição se for para ganhar:
-Lula foi eleito enganando o povo. Agora, só será candidato se for enganado, porque sua chance de vencer é zero.

CONTRAPONTO

Pelo retrovisor

Nos últimos dias, a Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia paulista se reuniu no plenário JK da Casa, separado do amplo salão de café dos deputados apenas por pilastras.
Em uma dessas sessões, mesmo sem o número mínimo de deputados, o presidente da comissão, Caldini Crespo (PFL), abriu os trabalhos de análise do Orçamento do Estado para 2006. Os governistas, que tentavam obstruir, protestaram.
-Há quórum visual, estou vendo três deputados ali no cafezinho-, justificou Crespo, derrubando a manobra.
No dia seguinte, Vaz de Lima (PSDB) chegou ao café com um espelho de maquiagem. Os colegas ficaram intrigados.
-Ué, o quórum não é visual? Pois eu vou ficar escondido atrás da pilastra acompanhando tudo por este espelhinho! O único perigo é o Crespo me reconhecer pela mão-, explicou ele.


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