|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Chávez defende reeleição e diz que votaria em Lula se fosse brasileiro
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPOJUCA
DO ENVIADO ESPECIAL A IPOJUCA (PE)
No lançamento da pedra fundamental da refinaria de Ipojuca,
ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, usou parte do
tempo do seu discurso (53 minutos) para defender a reeleição do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Sim, Lula, você será presidente [novamente]. A direita está implacável, mas, força Lula, coragem. Vamos ao contra-ataque."
Em tom de brincadeira, Chávez
disse que seria eleitor de Lula se
morasse no Brasil. "Da mesma
forma que você seria meu eleitor,
se fosse venezuelano."
Depois de citar dois personagens que lutaram pela independência de alguns países da América do Sul [Simon Bolívar e José Ignácio de Abreu e Lima, que dá nome à refinaria], Chávez insinuou
que Lula poderia continuar no
poder até 2011, data prevista para
a entrada em operação do empreendimento de US$ 2,5 bilhões.
"Lula, você vai estar na Presidência em 2011? Vamos à luta, vamos
brigar pelos nossos ideais de justiça social, de melhorar a vida dos
mais pobres, de ver o nosso continente se desenvolvendo."
Em seguida, o venezuelano voltou a criticar o presidente George
W. Bush. "Os Estados Unidos estão financiando as oposições do
meu país, estão espelhando mentiras e difamações contra mim.
Não adianta nada esta campanha
imperialista. Vou ganhar novamente as eleições, desta vez com
mais de 20 milhões de votos."
Sob um calor de 35ºC, Chávez
tomou duas águas de coco e recordou um discurso de John Kennedy (1917-1963) para dizer que
sua "luta pelos direitos humanos"
é pacífica. "Não quero violência,
quero mudanças, quero transformações verdadeiras", continuou.
"Sou como o presidente Lula que,
no primeiro dia do seu governo,
estabeleceu como prioridades
acabar com a fome e a miséria do
povo brasileiro. É isso que estou
fazendo na Venezuela."
No final do discurso, alguns
convidados começaram a gritar o
nome de Lula. Discretamente, enquanto Chávez falava, o presidente acenou com as mãos, pedindo
calma aos manifestantes. O clima
eleitoral ditado pelo discurso de
Chávez e, em seguida, pelo de Lula -que falou por 40 minutos-,
permeou todo o evento.
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), opositor do governo,
foi insistentemente vaiado pelo
público em sua fala, que durou só
oito minutos. Toda vez que seu
nome era citado, mais vaias vinham do público. Lula se mostrou constrangido com a situação.
Abriu seu discurso elogiando a
iniciativa do governador em obter
condições para que os investimentos da Petrobras e da PDVSA
fossem feitos no Estado.
Em Abreu e Lima (19 km de Recife), cidade com 110 mil habitantes, o presidente Hugo Chávez
inaugurou um busto do general
Abreu de Lima. Chávez ganhou
placas de estudantes e assinou
uma carta de intenções com a prefeitura, prometendo desenvolver
programas para melhorar o desenvolvimento do município.
Uma hora antes de Lula chegar
a Abreu e Lima, a jornalista Glaide
Mercedez, 32, funcionária do governo venezuelano, foi atropelada
por uma van. Mercedez sofreu ferimentos leves e foi para uma clínica em Recife.
(LF e CC)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Funcionalismo: Decisão do TCU pode ter impacto de R$ 2 bi Índice
|