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Alckmin quer disputar presidência do PSDB
Ex-governador, que também cobiça a prefeitura paulistana, passou o último mês em conversas e buscando apoios fora do Estado
Decisão de tucano pode
embaralhar todo o jogo
sucessório de 2010; ele
espera contar com apoio do
senador Tasso Jereissati
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Candidato derrotado do
PSDB a presidente neste ano,
Geraldo Alckmin decidiu, antes
de embarcar na última semana
para os EUA, que irá disputar a
sucessão do senador Tasso Jereissati (CE) no comando do
partido em outubro de 2007.
O ex-governador também
não descarta a possibilidade de
concorrer à Prefeitura de São
Paulo em 2008. Antes, no entanto, seus planos políticos
passam pela presidência do
PSDB e pela reestruturação do
partido em todo o país.
A decisão de Alckmin, ainda
em caráter reservado, embaralha a correlação de forças que
saiu das urnas em outubro e
que tem José Serra, governador
eleito de São Paulo, e Aécio Neves, governador eleito de Minas, como suas principais estrelas, ao lado do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Terminada a eleição, o ex-governador de São Paulo esperava ser automaticamente indicado para o posto de Tasso, o
que acabou não ocorrendo.
Seus aliados acreditavam até
que o senador pudesse renunciar ao cargo antes de outubro.
Por conta da resistência de
Tasso e, principalmente, de
Serra à idéia, os planos de Alckmin acabaram frustrados. O governador eleito, nome sempre
lembrado para 2010, assim como Aécio, sonha em ver FHC à
frente da sigla em 2007.
Apesar disso, Alckmin passou o último mês conversando
com seu grupo e amealhando
apoios fora do Estado.
Do próprio Tasso teria ouvido que ele não fará oposição a
seu nome e que o partido precisa de alguém com a disposição
do ex-governador paulista para
percorrer todo o Brasil, "diretório por diretório".
Tasso teria dito ainda que
pretende se dedicar ao Ceará a
partir de outubro, deixando o
PSDB em segundo plano. Em
entrevista ao "Roda Viva" na
segunda, chegou a afirmar que
apoiaria o nome de Ciro Gomes
(PSB) para presidente em 2010.
Viagem
Alckmin deve retornar nesta
semana dos EUA, onde passa
por um processo de seleção para uma vaga na Universidade de
Harvard, em Boston. Ele viajou
acompanhado da filha, Sofia. Se
aceito, o tucano viajará no ano
que vem ao lado da mulher, Lu.
O tema do curso será políticas
públicas na América Latina.
O ex-governador, no entanto,
planeja retornar de vez ao Brasil para o congresso nacional
que o PSDB pretende realizar,
em meados de 2007.
Nesse contexto, Alckmin
apresentará a tese de que os tucanos só poderão sair vitoriosos em 2010 se ampliarem sua
interlocução com os movimentos sociais e fincarem pé nos
grotões do país. A estratégia é a
mesma adotada por ele quando
presidiu o PSDB paulista no
início dos anos 90, o que acabou lhe garantindo, em 1994, a
indicação para vice na chapa
que teve Mário Covas (1930-2001) como candidato a governador do Estado.
A tese do grupo ligado a Serra
e a FHC, porém, é que o PSDB
necessita aprofundar ainda
mais seus canais nas universidades e no meio intelectual.
Antes de 2007 e 2008, o
PSDB paulista deve definir
amanhã o nome do deputado
federal eleito da bancada do Estado que irá disputar a liderança do partido na Câmara. A tropa-de-choque de Serra trabalha
por Antonio Carlos Pannunzio,
mas Silvio Torres conta com
metade do apoio do grupo de
parlamentares.
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