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Valdebran é envolvido em denúncia de caixa 2 em MT
Recursos teriam sido destinados a campanha para a Prefeitura de Cuiabá em 2004
Petista investigado em caso do dossiê trabalhou em campanha de Alexandre Luís César, denunciado pelo Ministério Público Federal
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Uma ação trabalhista e um
inquérito policial apontam que
houve caixa dois, com a participação do "aloprado" Valdebran
Padilha, na campanha eleitoral
em 2004 do secretário-geral do
PT de Mato Grosso, Alexandre
Luís César. O petista disputou a
prefeitura de Cuiabá (MT).
Valdebran foi preso em São
Paulo, em setembro, com parte
do R$ 1,75 milhão que seria
usado, segundo a Polícia Federal, por petistas na compra do
dossiê contra tucanos.
Com base no inquérito e na
ação trabalhista, o Ministério
Público Federal vai denunciar
César por fraude na prestação
de contas eleitorais. A denúncia
deve ser protocolada no início
da próxima semana.
A PF aponta que César deixou de declarar gastos de R$
2.855,804,29, registrando despesa de R$ 2.126.463,89.
A fraude está prevista no Código Eleitoral, com pena de reclusão de até cinco anos.
Na ação trabalhista, o ex-coordenador de marketing da
campanha, Walther Dorighelo,
declarou que recebeu R$ 99 mil
por seus serviços e que parte
dessa quantia foi repassada por
Valdebran, afastado do PT após
o escândalo do dossiê. Na prestação de contas apresentadas à
Justiça Eleitoral, César declarou ter pago R$ 10 mil, e não R$
99 mil, ao ex-coordenador.
Na ação, julgada em agosto
passado, antes do escândalo do
dossiê, Dorighelo pede mais R$
501 mil -pois, segundo ele, tinha acertado um contrato de
R$ 600 mil na casa de Valdebran em dezembro de 2003.
A Justiça do Trabalho atendeu em parte do pedido e condenou o PT e Cesar a pagar
mais R$ 188 mil a Dorighelo.
Houve recurso e o processo está sob segredo de Justiça.
Numa situação em que o empregador diz ter pago menos e o
ex-empregado recebido mais, o
juiz trabalhista mandou cópia
da ação à Justiça Eleitoral.
No inquérito, concluído em
fevereiro deste ano, o delegado
Renato Sayão Dias aponta casos de fraudes com provas "irrefutáveis", pois César assinou
com empresas documentos
confessando dívidas não declaradas à Justiça Eleitoral.
Em outro casos, credores
apresentaram notas promissórias ou cheques emitidos pela
campanha, mas que não foram
pagos. As despesas, comprovadas por esses documentos,
também não aparecem na prestação de contas.
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