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Carta da CNBB a religioso critica jejum
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da nota pública
em que pedia que fiéis
apoiassem "em jejum e
oração" a greve de fome de
dom Luiz Flávio Cappio,
bispo de Barra (BA), a
CNBB criticou duramente
a decisão do religioso e
questionou o fato de ele
não ter avisado a entidade
de sua intenção de protestar contra a transposição
do rio São Francisco.
A carta com a cobrança,
assinada pelo presidente
da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil, d. Geraldo Lyrio Rocha, foi enviada na quinta e faz coro a
texto enviado pelo Vaticano no mesmo dia.
"Meu caro d. Luiz, você
não é dono de sua vida. Sua
vida, precioso dom de
Deus, pertence a Ele, à
igreja, ao povo da Diocese
de Barra, à Ordem Franciscana e a todos aqueles
que são atingidos pela graça de sua presença", diz.
Ele se queixa: "Perdoe-me dizer-lhe com sinceridade, como lhe disse da
outra vez, julgo que isso
não poderia ser feito sem
que você tivesse ouvido a
igreja". E finaliza: "Sinto-me no dever de lhe pedir
que reveja sua decisão e
suspenda o jejum."
Apesar de d. Luiz ter dito que o Vaticano não o
"mandou" parar a greve, o
texto é claro: "Em nome da
Santa Sé, portanto, peço
firmemente que Vossa Excelência não prossiga com
esse gesto extremo". A carta foi assinada pelo cardeal
italiano Giovanni Batista
Re, prefeito da congregação do Vaticano responsável pelos bispos.
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