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DEM vence governo em disputa no Senado por uma vaga no TCU
Decisão será submetida à votação na Câmara; se for escolhido, José Jorge vai substituir ministro que se aposenta neste mês
Com a entrada do senador, que venceu Quintanilha (PMDB), 4 das 9 vagas do Tribunal de Contas terão vínculo com a oposição
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo sofreu ontem à
noite uma derrota no plenário
do Senado, com a escolha do ex-senador José Jorge, indicado
pelo DEM, a uma vaga no TCU
(Tribunal de Contas da União).
Jorge recebeu 41 votos, contra 34 do candidato apoiado pelo Planalto, o senador Leomar
Quintanilha (PMDB-TO). A decisão será agora submetida à
apreciação da Câmara.
"O Senado é autônomo para
escolher. Todo mundo me conhece por aqui, acredito que cada senador levou em conta
quem poderia realizar um melhor trabalho no TCU. Foi uma
bela disputa", comemorou Jorge. Se for referendado, ele substituirá o ministro Guilherme
Palmeira, que se aposentou,
após completar 70 anos.
As vagas no TCU atraem geralmente políticos sem mandato, basicamente por dois motivos: o salário, de R$ 23,3 mil
mensais, e a atribuição de analisar as contas da União. Este
último ponto fez, inclusive,
crescer o interesse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na vaga. Lula, segundo aliados,
não queria um novo integrante
do DEM no tribunal.
Hoje, há dois ministros do
TCU ligados ao DEM -o ex-deputado Aroldo Cedraz e Valmir
Campelo. Se Jorge for confirmado para o cargo, 4 dos 9 ministros do tribunal terão vínculos com partidos da oposição.
A vitória do democrata no
plenário do Senado se deu, sobretudo, porque ele tem bom
trânsito na Casa e mais prestígio político que Quintanilha.
Além de senador, foi deputado
federal por quatro mandatos,
ex-ministro de Minas e Energia, e candidato a vice na chapa
de Geraldo Alckmin (PSDB) à
Presidência, em 2006. Hoje,
preside a CEB (Companhia
Energética de Brasília).
Nas últimas semanas, José
Jorge foi visto com freqüência
no Senado, em campanha. Nos
bastidores, o comentário era
que o próprio PMDB não deu
ao colega os 20 votos da bancada -se Quintanilha fosse escolhido, um suplente do PT assumiria a vaga do peemedebista.
Quintanilha preside o Conselho de Ética do Senado. Integrante da tropa de choque de
Renan Calheiros (PMDB-AL)
no processo que o levou a renunciar à presidência do Senado em 2007, ele responde a
processos no Supremo Tribunal Federal que apuram seu suposto envolvimento num esquema de direcionamento de
emendas para beneficiar empreiteiras no Tocantins e recebimento de propinas.
Lula, segundo relatos de aliados, tem criticou decisões do
TCU que paralisaram obras do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento).
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