São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Crise militar
Resistência dos militares impede Lula de assinar MP que amplia a responsabilidade do Estado na morte de ativistas políticos, entre 1961 e 1988, mesmo fora de dependências policiais. A lei hoje só reconhece mortos ou desaparecidos nesses locais.

Céu de brigadeiro
Lula pretendia assinar a MP em 10 de dezembro. A Casa Civil tenta contornar a resistência dos militares, mas não quer melindrá-los. José Dirceu diz que a relação do governo com as Forças Armadas está desanuviada como em "céu de brigadeiro".

Cortejando a corte
O PMDB tenta assegurar na negociação da reforma ministerial a indicação do presidente do partido, Michel Temer, para ministro do Supremo Tribunal Federal. Sem pasta, Renan Calheiros presidiria o partido.

Anda a fila
Lula terá uma vaga para o STF em abril, com a saída de Maurício Corrêa. Ainda sonham com o posto Miro Teixeira (Comunicações) e o advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti.

Gelo seco
O presidente do PT, José Genoino, arrumou um jeito de driblar as especulações de que ele, Aloizio Mercadante ou Tarso Genro poderiam vir a assumir um superministério da área social: "É como gelo seco em show de rock. Tem muita fumaça, mas nada de fogo", definiu.

Democrata encantado
Howard Dean, pré-candidato dos democratas à Presidência dos EUA que elogiou Lula na semana passada em New Hampshire, já havia feito o mesmo em Boston, às vésperas da visita de Lula no ano passado. Mas o petista não tentou encontrá-lo.

Oportunismo diplomático
Com as relações tensas entre Brasil e EUA, a União Européia envia seu comissário para Assuntos Externos ao Brasil. O britânico Chris Patten, espécie de chanceler da UE, encontra-se com Lula amanhã.

Prêmio de consolação
Como forma de compensá-lo pela fritura, Lula manteve Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) até o anúncio do aumento das bolsas de pesquisa -o primeiro em dez anos.

É luxo só
Relatado por Saturnino Braga (PT), o Plano Plurianual, que define as prioridades das obras federais, inclui a construção de uma guarita para seguranças no Senado, ao custo de R$ 4,5 milhões. Preço de uma casa com 2.000 m2 nos Jardins, em SP.

De volta ao inferno
Presa duas vezes pelo regime militar por sua participação no movimento estudantil, a secretária de Cultura de Alckmin, Cláudia Costin, volta aos porões do Dops no dia 21 de janeiro. Inaugura a Estação Pinacoteca.

Polícia para quem precisa
O governo federal entregou cem carros de polícia ao Espírito Santo. Foi o primeiro Estado a receber investimentos financiados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública.

Educação vermelha
Quase um terço dos R$ 92 milhões do programa piloto Escola Ideal do governo Lula serão repassados a Piauí e Mato Grosso do Sul, Estados administrados pelo PT. Também serão beneficiados CE, GO, SC, MA e PB.

Periferia equipada
O projeto Escola Ideal, que começará em 29 municípios nas próximas semanas, pretende equipar totalmente colégios de áreas carentes. Em tese, servirão de modelo no ensino básico.

Palanque gigante
A prefeita Marta Suplicy convidou todos ministros de Lula, governadores e prefeitos de capitais do Brasil para as festas de 450 anos de São Paulo.

TIROTEIO

Do senador tucano Eduardo Azeredo (MG), sobre a troca do sucatão, o avião presidencial:
-A segurança do presidente justifica o gasto de R$ 56 milhões. Mas isso mostra que o PT se comportou de forma eleitoreira ao criticar a aposentadoria do sucatão proposta por Fernando Henrique.

CONTRAPONTO

Companhia errada

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, veio a São Paulo na sexta-feira para participar de ato de desagravo ao deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, na sede regional da OAB.
Antes do evento, conversou com jornalistas e ministros petistas. Explicou que enviará ao Congresso propostas de mudanças no Código de Processo Penal, além de outras medidas para acelerar a tramitação de ações nos tribunais.
Essas proposições pertencem a uma segunda fase da reforma do Judiciário, segundo Bastos.
Um dos presentes comentou que a proposta foi bastante elogiada por ministros dos tribunais superiores. Até então eles se opunham as reformas, em especial depois de o governo Lula ter defendido o controle externo do Judiciário.
Sorrindo, Bastos comentou:
-Gostaram mesmo? O que será que eu fiz de errado?


Próximo Texto: Dança dos ministros: Lula ouve muito, mas reluta em tomar decisões rápidas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.