São Paulo, quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

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CONTAS PÚBLICAS

Órgão entra com ação

Ministério Público pede que Pitta devolva R$ 12 mi

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público de São Paulo ofereceu uma ação cível contra o ex-prefeito paulistano Celso Pitta (1997-2000) por má administração pública e pediu a devolução de cerca de R$ 11,8 milhões aos cofres públicos.
Pitta, tal como seu antecessor, o ex-prefeito Paulo Maluf, foi acusado de suposto desvio de dinheiro de obras públicas e envio ilegal de verba para o exterior. Em ação similar contra Maluf, a Promotoria pediu a devolução de R$ 5 bilhões -maior valor de indenização já solicitado pelo órgão.
O promotor de Justiça da Cidadania Sílvio Marques ofereceu a ação no dia 29 de dezembro. Na última quinta-feira, a juíza da 14ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, Simone Casoretti, determinou o bloqueio de bens de Pitta e de outros 12 acusados (entre pessoas físicas e jurídicas), a quebra dos sigilos telefônico (de 1993 a 2000), bancário (de 1993 a 2000) e fiscal (dos últimos 12 anos). Os bens do ex-prefeito já estavam bloqueados provisoriamente.
No despacho, a juíza afirma que os fatos narrados por Marques são graves e indicam suposta atuação fraudulenta, com desvio de verba pública das obras da avenida Água Espraiada e do túnel Ayrton Senna e remessa ilegal de dinheiro para o exterior.
Papéis bancários internacionais enviados ao Brasil mostram intensa movimentação do dinheiro entre 1993 e 1999: Nova York (EUA), Zurique (Suíça), Guernsey (ilha no canal da Mancha, pertencente ao Reino Unido), Liechtenstein (principado europeu) e, finalmente, Genebra (Suíça).
No último destino do dinheiro, Suíça, Nicéa é citada como a única beneficiária. Em depoimento à Promotoria, a ex-primeira-dama de São Paulo, que ajudou na investigação, disse que desconhecia o valor e assinou uma carta autorizando a devolução do dinheiro, que ela diz ser desviado de obras públicas, para a cidade.
O pedido de bloqueio e de repatriação do dinheiro foi encaminhado pela juíza ao Ofício Geral de Justiça de Berna, na Suíça.
Pitta e Maluf dizem que não têm conta fora do país. Luis Eduardo Serra afirmou ser o advogado de Pitta, mas não o porta-voz dele.


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