São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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PF também vai apurar atuação de Waldomiro na administração Lula

DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal investigará a atuação de Waldomiro Diniz também no período em que ele foi subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. As principais suspeitas dizem respeito ao período em que foi presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), entre 2001 e 2002.
A informação é do delegado Antônio César Nunes. Ele preside, designado pelo diretor da PF, Paulo Lacerda, o inquérito que apura as denúncias contra Waldomiro, que investigará se houve crime eleitoral, financiamento ilícito de campanhas no pleito de 2002 e corrupção ativa e passiva.
Na gravação que originou as denúncias, Waldomiro negocia propina com um empresário do ramo dos bingos e pede dinheiro para as campanhas de Rosinha Matheus (hoje no PMDB) e Benedita da Silva (PT) ao governo do Rio. Depois da divulgação da fita, Waldomiro citou a campanha de Geraldo Magela (PT-DF) ao Distrito Federal como beneficiária.
Apesar de serem citados, Nunes disse que ainda "não vê nada que indique envolvimento" dos políticos, mas que "tudo será investigado". Ele poderá pedir ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) dados das campanhas.
Em razão das especificidades da Justiça Eleitoral, Nunes levantou a hipótese de desmembrar o inquérito em dois: um para apurar o suposto crime eleitoral e outro para possível prática de corrupção. Sua primeira providência será obter as fitas, que já estão com a Justiça Federal no Rio de Janeiro.
Ontem, Nunes se reuniu com a procuradora do Ministério Público Federal no Rio, Andréa Araújo. Segundo ele, o órgão já investiga possíveis irregularidades no contrato da Gtech com a Caixa Econômica Federal, assinado na gestão de Waldomiro no governo.
Nunes disse que pretende ouvir Waldomiro de preferência antes ou até durante o Carnaval. Ele negou que haja pressão do governo sobre as investigações e acrescentou que há objetivos políticos na divulgação do episódio.
O advogado de Waldomiro, Luíz Guilherme Vieira, disse que ele esteve anteontem no Rio para conversar sobre a busca feita em sua casa em Brasília.


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