São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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Procurador-geral vai analisar procedimento de investigação

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A atuação do subprocurador-geral da República José Roberto Santoro no caso Waldomiro Diniz abriu uma crise interna no Ministério Público Federal e levou o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, a pedir informações à representação do órgão em Brasília sobre o que foi apurado antes da remessa da investigação para o Rio de Janeiro.
Após analisar o relatório, Fonteles poderá determinar, em tese, a abertura de um procedimento investigatório contra Santoro para esclarecer se houve a quebra do princípio do promotor natural, pelo qual determinado fato deve ser apurado por procuradores do Estado onde ele ocorreu.
Santoro teria recebido do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) as fitas de vídeo do caso Waldomiro e as repassado a procuradores que atuam na área penal em Brasília. O PT duvida dessa versão e atribui a divulgação das fitas aos tucanos. O presidente do PT, José Genoino, chegou a acusar o presidente do PSDB, José Serra. O tucano nega.
Os petistas baseiam suas suspeitas no fato de Santoro ter boas relações com o PSDB e ter atuado no caso Lunus, que resultou na desistência da pré-candidata à Presidência Roseana Sarney, hoje senadora pelo PFL do Maranhão, após a apreensão de R$ 1,3 milhão na empresa dela e do marido. O caso, no começo de 2002, minou as chances de Roseana ser a candidata governista ao Planalto, abrindo o caminho para Serra.
Fonteles considerou incorreta a atitude do subprocurador de mandar as fitas por conta própria a procuradores em Brasília.
A Folha procurou Santoro, por meio de seu gabinete, mas ele não foi encontrado.


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