São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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Não dá para apagar fogo com gasolina, afirma João Paulo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Caminhando na contramão de vários dos líderes governistas no Congresso, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou ontem que a hora não é de "revanche" ou de tentativas de "apagar fogo com gasolina".
O discurso de João Paulo se afina com a posição revelada ontem pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas é totalmente diferente do que pregou o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).
João Paulo, que deu entrevista para mostrar sua posição, se referia ao acirramento da troca de acusações entre a oposição e o governo em torno do caso Waldomiro Diniz e, principalmente, à estratégia governista de intimidar o PSDB com a ameaça de uma devassa em atos da gestão FHC.
"Quem quer ajudar o Brasil, neste momento, não deve apagar fogo com gasolina, não vale a pena ficar buscando revanche e algumas formas que, em vez de ajudar a acalmar os ânimos, acabem acirrando mais", disse João Paulo.
As declarações foram dadas horas após a bancada petista no Senado ter proposto uma "ampla" CPI, com investigação de todas as eleições passadas, e momentos depois de governistas e oposicionistas novamente trocarem acusações no plenário da Câmara.
O PSDB estava dividido em relação à CPI. Depois dos revides governistas aos discursos de plenário, se uniu em favor da investigação. "Seguramente o comportamento deles foi fundamental para isso", afirmou o deputado Custódio Mattos (MG), que assumiu ontem a liderança da bancada do PSDB na Câmara em substituição a Jutahy Júnior (BA).
Paralelamente à troca de farpas, os partidos da base aliada se reuniram para tentar sepultar a possibilidade de instalação de uma CPI na Câmara. (RANIER BRAGON)

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