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Retaliação acirra ânimo e pode levar à CPI, diz Sarney
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), advertiu ontem que a "retórica de retaliação"
do PT acirra os ânimos no Senado
e que o partido do governo poderá ser o principal responsável pela
convocação de uma CPI para o
caso Waldomiro Diniz.
Além de ser pessoalmente contra a CPI, Sarney é também um
dos principais articuladores do lado governista para evitar a instalação da comissão e tentar preservar o ministro José Dirceu (Casa
Civil). Ele, porém, disse que o
próprio PT atrapalha: "Se eles
[petistas] continuarem assim,
ninguém vai segurar a CPI. Eles ficam atirando contra tudo e contra
todos, e cada um de nós se sente
moralmente obrigado a assinar a
CPI", declarou Sarney.
Ele se referia à estratégia petista
de propor uma CPI geral, de
ameaçar com dossiês e de atacar o
governo Fernando Henrique Cardoso. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP),
admitiu até a possibilidade de incluir na apuração o caso Lunus,
que detonou a campanha presidencial da filha de Sarney, Roseana Sarney (PFL-MA), em 2002.
"Passionalizar e politizar problemas não ajudam o país (...),
não servem ao Congresso e, portanto, deve-se ter um pouco de
paciência com essas coisas."
A bancada do PMDB, que é a
maior do Senado, se reuniu ontem para discutir a possível CPI
para investigar o caso. Dos 23 senadores, 17 compareceram ao almoço na casa do senador Valmir
Amaral (DF). Presente, o senador
Pedro Simon (RS) disse que vai
assinar o requerimento de CPI e
criticou a conduta do PT. "Isso
soa como chantagem. Estou muito assustado com o Mercadante.
Mesmo sendo uma CPI ampla eu
assino, mas lamento", afirmou.
Além dele, o senador Mão Santa
(PI) já assinou.
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