São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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Retaliação acirra ânimo e pode levar à CPI, diz Sarney

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), advertiu ontem que a "retórica de retaliação" do PT acirra os ânimos no Senado e que o partido do governo poderá ser o principal responsável pela convocação de uma CPI para o caso Waldomiro Diniz.
Além de ser pessoalmente contra a CPI, Sarney é também um dos principais articuladores do lado governista para evitar a instalação da comissão e tentar preservar o ministro José Dirceu (Casa Civil). Ele, porém, disse que o próprio PT atrapalha: "Se eles [petistas] continuarem assim, ninguém vai segurar a CPI. Eles ficam atirando contra tudo e contra todos, e cada um de nós se sente moralmente obrigado a assinar a CPI", declarou Sarney.
Ele se referia à estratégia petista de propor uma CPI geral, de ameaçar com dossiês e de atacar o governo Fernando Henrique Cardoso. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), admitiu até a possibilidade de incluir na apuração o caso Lunus, que detonou a campanha presidencial da filha de Sarney, Roseana Sarney (PFL-MA), em 2002.
"Passionalizar e politizar problemas não ajudam o país (...), não servem ao Congresso e, portanto, deve-se ter um pouco de paciência com essas coisas."
A bancada do PMDB, que é a maior do Senado, se reuniu ontem para discutir a possível CPI para investigar o caso. Dos 23 senadores, 17 compareceram ao almoço na casa do senador Valmir Amaral (DF). Presente, o senador Pedro Simon (RS) disse que vai assinar o requerimento de CPI e criticou a conduta do PT. "Isso soa como chantagem. Estou muito assustado com o Mercadante. Mesmo sendo uma CPI ampla eu assino, mas lamento", afirmou. Além dele, o senador Mão Santa (PI) já assinou.


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