São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente promete investir em base brasileira na Antártida

DO ENVIADO À ANTÁRTIDA

Com um dia de atraso e sob sensação térmica de -7C (1C), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou ontem a base brasileira na Antártida, a Estação Antártica Comandante Ferraz, em operação desde 1984. Sobre o cenário do continente gelado, disse ter visto algo "inimaginável". E prometeu investimentos na base.
"É importante que o Brasil coloque mais recursos para que a gente possa ter mais possibilidades para fazer pesquisa. É preciso que a gente tenha um navio laboratório maior do que esse e possibilidade de novos pesquisadores para eles trabalharem. É importante que a gente faça da nossa base uma base modelo no incentivo à pesquisa. Temos condições para isso, temos pesquisadores, dinheiro, vontade política."
Assim que chegou, num helicóptero, o presidente se mostrou emocionado. Ao lado do mar gelado e com a visão de pingüins e de gelo no alto das montanhas, disse estar diante de algo "inimaginável". Depois brincou: "Eu já me considero um antártico." Sobre o sobrevôo nas montanhas geladas, disse: "Se a gente cai aqui, não sai nunca mais".
A visita de ontem ocorreu em comemoração aos 25 anos da primeira expedição brasileira à Antártida. A base fica na Baía do Almirantado, na ilha Rei George, arquipélago Shetlands do Sul (Antártida).
O frio que o presidente a primeira-dama, Marisa Letícia, enfrentaram ontem não passou nem perto do já registrado na base. Em julho passado, por exemplo, os -24C somados aos fortes ventos deixaram a sensação térmica em -68C.
A visita estava prevista para anteontem, mas teve de ser adiada em um dia por conta de uma frente fria na região. O mau tempo impedia que dois Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira) pousassem numa base aérea chilena, onde está a pista mais próxima à estação brasileira. De lá, segue-se de helicóptero à base brasileira.
Ontem, a janela (condições climáticas para pousos e decolagens) permaneceu aberta durante quase todo o dia, o que ajudou o presidente e sua comitiva a cumprirem integralmente a agenda prevista inicialmente: visitou o navio oceanográfico Ary Rongel, passeou pela área externa da base, conheceu as instalações da estação e participou de almoço com militares e um grupo de pesquisadores. Todos comeram bacalhau. De sobremesa, sorvete.
A comitiva ficou presa até as 22h de ontem na base chilena Eduardo Frei por causa do mau tempo, mas depois conseguiu janela para decolar. O grupo seguiria para Punta Arenas, no Chile, onde trocaria de avião para voar direto a Brasília.


Texto Anterior: No Congresso: PSDB sinaliza recuo na ameaça de sair da CPI dos cartões
Próximo Texto: Notas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.