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Presidente promete investir em base brasileira na Antártida
DO ENVIADO À ANTÁRTIDA
Com um dia de atraso e sob
sensação térmica de -7C (1C),
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva visitou ontem a base
brasileira na Antártida, a Estação Antártica Comandante
Ferraz, em operação desde
1984. Sobre o cenário do continente gelado, disse ter visto algo "inimaginável". E prometeu
investimentos na base.
"É importante que o Brasil
coloque mais recursos para que
a gente possa ter mais possibilidades para fazer pesquisa. É
preciso que a gente tenha um
navio laboratório maior do que
esse e possibilidade de novos
pesquisadores para eles trabalharem. É importante que a
gente faça da nossa base uma
base modelo no incentivo à
pesquisa. Temos condições para isso, temos pesquisadores,
dinheiro, vontade política."
Assim que chegou, num helicóptero, o presidente se mostrou emocionado. Ao lado do
mar gelado e com a visão de
pingüins e de gelo no alto das
montanhas, disse estar diante
de algo "inimaginável". Depois
brincou: "Eu já me considero
um antártico." Sobre o sobrevôo nas montanhas geladas,
disse: "Se a gente cai aqui, não
sai nunca mais".
A visita de ontem ocorreu em
comemoração aos 25 anos da
primeira expedição brasileira à
Antártida. A base fica na Baía
do Almirantado, na ilha Rei
George, arquipélago Shetlands
do Sul (Antártida).
O frio que o presidente a primeira-dama, Marisa Letícia,
enfrentaram ontem não passou
nem perto do já registrado na
base. Em julho passado, por
exemplo, os -24C somados aos
fortes ventos deixaram a sensação térmica em -68C.
A visita estava prevista para
anteontem, mas teve de ser
adiada em um dia por conta de
uma frente fria na região. O
mau tempo impedia que dois
Hércules da FAB (Força Aérea
Brasileira) pousassem numa
base aérea chilena, onde está a
pista mais próxima à estação
brasileira. De lá, segue-se de
helicóptero à base brasileira.
Ontem, a janela (condições
climáticas para pousos e decolagens) permaneceu aberta durante quase todo o dia, o que
ajudou o presidente e sua comitiva a cumprirem integralmente a agenda prevista inicialmente: visitou o navio oceanográfico Ary Rongel, passeou pela área externa da base, conheceu as instalações da estação e
participou de almoço com militares e um grupo de pesquisadores. Todos comeram bacalhau. De sobremesa, sorvete.
A comitiva ficou presa até as
22h de ontem na base chilena
Eduardo Frei por causa do mau
tempo, mas depois conseguiu
janela para decolar. O grupo seguiria para Punta Arenas, no
Chile, onde trocaria de avião
para voar direto a Brasília.
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